Caminhabilidade e envelhecimento saudável: uma proposta de análise para cidades brasileiras de pequeno e médio porte

Abstract

Há evidências de que ambientes urbanos que desestimulam a caminhada contribuem para a incapacidade funcional de idosos. Vários índices foram propostos para descrever a caminhabilidade de uma área combinando aspectos do ambiente construído que promovem ou inibem a caminhada. No entanto, devido a problemas de qualidade e disponibilidade de dados no Brasil, até o momento não há um índice de caminhabilidade aplicável a todas as cidades do país e devidamente testado na população. O objetivo deste estudo foi propor um índice de caminhabilidade baseado em sistemas de informação geográfica para uma cidade de médio porte, com dados de livre acesso, bem como testar sua associação com a incapacidade funcional em idosos. Foram usados os dados da área urbana de um município de médio porte para selecionar um conjunto parcimonioso de variáveis por meio de análise fatorial. O índice obtido foi testado em relação à sua associação com a capacidade para a realização de atividades de vida diária que requerem maior movimentação, em 499 idosos utilizando equações de estimativas generalizadas. O índice de caminhabilidade resultante foi composto por densidade residencial, densidade comercial, conectividade de ruas, presença de calçadas e iluminação pública. Essas variáveis compuseram o primeiro fator da análise fatorial, excluindo-se apenas a arborização que ficou retida no segundo fator. Verificou-se que o pior escore de caminhabilidade estava associado ao maior escore de incapacidade funcional. Com base nos resultados e na validação deles, o estudo sugere um índice de caminhabilidade facilmente aplicável com grande potencial de uso em planos de ação para adequar os ambientes.

Application of Walkability Index for Older Adults’ Health in the Brazilian Context: The Case of Vitória-ES, Brazil

“…A book on urban life and health (Vida Urbana e Saúde [42]) demonstrates how climate extremes can kill, as extreme heat increases the risk of heart attacks and strokes, which potentially lead to death. Urban afforestation is considered in several walkability studies [7,9,43,44].…”

“…Other aspects of the environment are considered determinant to walkability, such as neighborhoods with mixed uses and essential commerce and services, sufficient urban furniture, or pleasant areas known for active facades and safety [38,43,45], especially in what concerns older adults [1,6,7,9,36,41,46,47]. On the other hand, the absence of support for urban furniture-mainly the lack of benches, drinking fountains, and accessible public toilets-makes it difficult for older adults to stay outdoors [6].…”

“…Another particular aspect that directly affects the mobility of older adults is topography [37]. As previously mentioned, it is necessary to investigate slopes in studies of older adults' walkability [7,9,44]. The effect of slopes on the human body is well demonstrated in the field of health and exercise physiology [7,10].…”

“…There are many studies in the available literature that evaluate spatial characteristics and their relationship with walkability [7][8][9]. However, the relationship between slopes in the urban fabric and walking are poorly studied within the field of transportation [10] and mobility; furthermore, there is a gap regarding the presence of stairways in walkability studies [11].…”

Políticas Públicas de Saúde para o Envelhecimento Saudável na América Latina: uma revisão integrativa

“…O envelhecimento populacional vem sendo observado nos países em desenvolvimento há algumas décadas, a exemplo da América Latina. Em ritmos distintos, porém de forma generalizada, a transição epidemiológica iniciada a partir da década de 1970 ocorre na maioria dos países latino-americanos, consequência da queda da taxa de fecundidade e contínuo aumento da esperança de vida (1)(2)(3) .…”