Resumo:Diante dos desafios atuais relacionados ao deslocamento de pessoas nos contextos urbanos, a bicicleta tem sido apresentada como uma alternativa para o transporte individual. Estudos atentos ao tema identificam principalmente os fatores individuais envolvidos na escolha modal, por vezes colocando em segundo plano os fatores do ambiente construído e negligenciando as implicações humano-ambientais do uso da bicicleta como meio de transporte. Nesse sentido, buscou-se identificar, sob o enfoque da psicologia ambiental, as barreiras e os facilitadores no uso da bicicleta entre universitários da cidade de Florianópolis -SC. Participaram 18 estudantes universitários (doze do sexo masculino e seis do feminino), que responderam a uma entrevista semiestruturada. Com base na análise de conteúdo, os dados foram organizados em duas categorias com quatro subcategorias cada. Os resultados indicaram como barreiras os fatores ambientais, a conjuntura social, os aspectos políticos e os fatores pessoais. Quanto aos facilitadores, identificou-se o tempo, a praticidade, o sistema motorizado e os fatores pessoais como características principais. Os resultados apontam para a necessidade de compreender o uso da bicicleta como meio de transporte de maneira contextualizada e como parte de uma política pública em vigência. Além disso, atenta-se para a dimensão interpessoal do trânsito, que exige de seus participantes antes uma postura de compartilhamento do que de disputa.
Palavras-chave:Psicologia ambiental. Bicicleta. Transporte. Barreiras. Facilitadores.
INTRODUÇÃOO modo de vida urbano atual, atrelado ao desenvolvimento acelerado das cidades, vem gerando preocupações aos cientistas e aos formuladores de políticas públicas principalmente no que se refere às suas consequências ambientais. O manejo do solo, do lixo e das águas, saneamento básico e a circulação das pessoas são alguns dos problemas que questionam não só o modo de vida contemporâneo, mas a sustentabilidade ambiental.