“…Na inversão entre vida e morte operada pela necropolítica, a soberania significa o poder de fabricar uma multidão de pessoas que, ao longo de sua existência, vivem no limite da vida e enfrentam continuamente a morte, perante as quais há pouco ou nenhum sentimento de responsabilidade e justiça (Mbembe, 2003). Em guerras genocidas e de limpeza étnica, nos desastres ambientais, na pobreza em nível global, a morte como uma fonte de valor inaugura um espaço novo, no qual, o capital avança seus limites anteriores, convertendo a morte em fonte de lucro (Chamayou, 2013;Fontes, 2017;Haskaj, 2018).…”