O trabalho doméstico vem passando por mudanças, principalmente nos países em desenvolvimento. No Brasil, as mudanças no trabalho doméstico têm sido impulsionadas pela Emenda Constitucional nº 72, de 2013. Esta pesquisa objetivou discutir a identidade profissional e as relações de trabalho de empregadas domésticas brasileiras a partir dos discursos das próprias trabalhadoras. Assim, foram realizadas dez entrevistas em profundidade, sendo cinco com empregadas mensalistas e cinco com diaristas da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. As entrevistas foram gravadas em áudio e transcritas. Seguindo o método de análise dos núcleos de sentido, foram identificados dois núcleos centrais: ingresso na profissão e identidade profissional; e ambiguidade na relação empregada-empregadora ou empregador. Os discursos das trabalhadoras domésticas sinalizaram uma inserção precoce no mundo do trabalho e uma identidade profissional tênue, com relações dúbias entre patroas e empregadas e dúvidas quanto ao reconhecimento e valorização por parte dos empregadores. Os resultados são discutidos à luz da literatura da área e do contexto atual.