“…Com sua fé e crença na capacidade regularizadora do mercado, o neoliberalismo, como ideologia, pauta-se em algumas proposições-chave, dentre as quais destacam-se: 1) limitar o tamanho do Estado ao mínimo necessário para a manutenção das regras do jogo capitalista -o estado como mediador de duas esferas distintas, o mercado e a sociedade; 2) por consequência da primeira, os gastos estatais, principalmente em esferas sociais, deveriam ser reduzidos ao máximo a fim de impedir problemas relacionados a inflação, algo que muitos países sofreram com o ruir do estado integracionista, circunscrevendo ainda mais a esfera de atuação do Estado; 3) privatizar todas as empresas estatais existentes, até mesmo aquelas consideradas estratégicas, sob o argumento da ineficiência pública e do excesso de gastos com funcionalismo; 4) abrir completamente a economia frente ao mercado mundial estabelecido e a franca expansão da divisão internacional do trabalho; 5) valorizar e facilitar as atividades financeiras e especulativas, com aumento de juros e câmbio em favor dos credores internacionais; 6) valorizar a desigualdade como algo positivo; 7) e por fim, se valer em maior grau da repressão como meio de controle das disparidades e insatisfações que as práticas político-econômicas neoliberais criam (PAULANI, 2006;HARVEY, 2008;VIANA, 2015). (HARVEY, 2008;VIANA, 2009;PRADO, 2005). Como reação à derrota de sua visão de mundo pelo predomínio do keynesianismo e do Estado integracionista no pósguerra, Hayek reuniu diversos pensadores conservadores -entre os quais von Mises e Milton Friedman, que viriam se tornar expoentes em vida do neoliberalismo -para discutirem sobre quais estratégias tomariam frente a maré de intervencionismo e regularização estatal pela qual se caracterizava a reconstrução dos destroços do conflito mundial (PAULANI, 2006).…”