Com o avanço dos processos de desregulamentação financeira, liberalização externa e, expansão das inovações financeiras, principalmente a partir das décadas de 1980 e 1990, num sistema monetário e financeiro hierarquizado, é visto que o montante de capitais circulantes no globo aumentou sobremaneira, buscando, a partir de então, outros destinos que não apenas aqueles vinculados aos países acima da linha do equador. A consequência desse movimento foi a enxurrada de capitais para os países periféricos, aproveitando-os dos novos mercados e das elevadas taxas de juros, em que estes fluxos financeiros estarão mais ligados a fatores extranacionais (ciclos de liquidez, taxa de juros norte-americana) do que propriamente aos fundamentos macroeconômicos daqueles países. Assim, uma vez que parte dos Investimentos Diretos é composto por mera compra de ações, a hipótese do trabalho é que sua dinâmica não foge deste movimento e que parte dos seus fluxos tem caráter semelhante ao encontrado nos Investimentos em Carteira, por serem fluxos altamente voláteis e especulativos. O objetivo da dissertação é estudar, através de uma perspectiva pós-keynesiana, como se dá a dinâmica dos fluxos de capitais para o Brasil, com foco nas rubricas Investimento Direto e Investimento em Carteira passivos. O estudo desenvolve-se a partir de análises histórica, gráfica e econométrica (modelos VAR/VEC e ARCH/GARCH), e os resultados apontam que os Investimentos Diretos no País (Participação no Capital) possuem volatilidade e dinâmica parecidas com a das rubricas dos Investimentos em Carteira Passivos (Ações e Títulos de Renda Fixa, negociados no país), com relação próxima aos movimentos do índice VIX e da rubrica Ações Negociadas no País. A constatação é que primordialmente após a crise do subprime, e dos seus desdobramentos, os Investimentos Diretos no País (Participação no Capital) passaram a apresentar de forma mais clara (também) esta característica, seja ela: fluxos voláteis, curto-prazistas e especulativos.