O número de perfis, grupos e páginas dedicados aos conteúdos de religiões de matrizes africanas tem crescido em redes sociais, como o Facebook e o Instagram. É esta percepção que nos motiva a contribuir com o debate sobre que concepções são (re)construídas a respeito das religiões de matrizes africanas por meio dos memes. Seguimos os caminhos da pesquisa social de base qualitativa, alicerçando-nos teoricamente nos Estudos do Cotidiano, Culturais e Decoloniais. Construímos o corpus de pesquisa selecionando memes para pensar, a partir da potência da autodesignação macumbeiras/macumbeiros, como pensantespraticantes das redes sociais vão produzindo deslocamentos e provocando movimentos que aumentam a potência da visibilização de saberesfazeres, que se interseccionam em múltiplas possibilidades, que vão propiciando fluxos de formas e de reinvenção de um lógica hegemonicamente presente nas formas, modos de perceber e (re)conhecer culturas de matrizes africanas. Confirmamos que a opressão é escamoteada pela ideia de tolerância e pela exaltação superficial de direitos, além de ser, por vezes, naturalizada pela falta de conhecimento; no entanto, há também a produção de sentidos que legitimam e exaltam grupos não-hegemônicos.