Alterações nos padrões normais de sono, quando comprometem o desempenho do indivíduo, em esfera comportamental e/ou social, recebem a nomenclatura de “distúrbios” ou “transtornos” do sono e mostram-se, muitas vezes, preditoras da procura por substâncias paliativas, capazes de atenuar, a curto prazo, os sintomas da condição. A Cannabis sativa L. apresenta alto consumo mundial no tratamento de diversas patologias, sendo utilizada, com ou sem supervisão médica, inclusive, com o intuito de minimizar a manifestação dos sintomas da insônia. Esta revisão bibliográfica buscou delimitar o mecanismo de ação da C. sativa no sono e expor as vantagens e desvantagens – principalmente, neuropsicológicas – de seu uso enquanto substância indutora do sono. Por meio de pesquisa bibliográfica realizada através de buscas pelos descritores “Cannabis e fisiologia do sono (sleep physiology/ fisiología del sueño)/ fitoterapia (phytotherapy/ fitoterapía)/ insônia (insomnia/ insomnio)/ mecanismo de ação (mechanism of action/ mecanismo de acción)/ transtornos psicológicos (psychological disorders/ desórdenes psicológicos)”, nas bases de dados SciELO (Scientific Eletronic Library Online), PuBMeD, ResearchGate e Science Direct, foram selecionados 49 artigos científicos, que fundamentaram o presente trabalho. Constatou-se que os efeitos benéficos da C. sativa no sono limitam-se a usuários em seu primeiro episódio de uso, visto que há o desenvolvimento de tolerância ao THC (Δ9-tetrahidrocanabinol). Além disso, há a possibilidade de agravo ou desencadeamento de novas patologias, sobretudo, quando a C. sativa é administrada através do fumo, que, pela combustão, libera toxinas prejudiciais à saúde. Desta forma, a vaporização surge como via de administração a ser explorada, por apresentar menores riscos e maiores benefícios aos sujeitos.