Violência sexual na infância associa-se a qualidade de vida inferior em universitários

Abstract

RESUMO Objetivo Analisar a existência de possível associação entre a exposição ao abuso sexual na infância e qualidade de vida inferior em universitários. Métodos Participaram da pesquisa 935 estudantes universitários que responderam ao questionário de prevalência de abuso sexual infantil e ao questionário abreviado de avaliação de qualidade de vida (WHOQOL-bref), bem como a questões sociodemográficas e sobre histórico de doenças clínicas. Utilizou-se o teste de associação do qui-quadrado e análise de regressão logística, tendo-se como desfecho a variável binária qualidade de vida (inferior; superior). No modelo final de regressão, aplicou-se o teste de sensibilidade para identificar o acerto entre os casos observados com qualidade de vida superior e o teste de especificidade aplicado aos casos observados com qualidade de vida inferior, bem como avaliou-se a eficiência global do modelo para um cutoff de 0,5. Resultados A maioria dos participantes era: mulher (55,6%, 520), parda (52,3%, 489), solteira (58,4%, 546). A idade média foi de 21 anos (SD = ± 5) e a renda familiar média, de R$ 3.875,00 (SD = ± 4.690,00). A partir da regressão logística, observou-se que aumentaram a associação com qualidade de vida inferior: necessidade de acompanhamento psicológico, estar solteiro, sofrer violência sexual na infância, não ser de raça branca, praticar atividade física três vezes ou mais na semana, nascer no interior e praticar religião. Conclusão O estudo evidenciou que o abuso sexual infantil, mesmo transcorrido há muitos anos, associa-se negativamente à qualidade de vida de adultos.

Caracterización de las víctimas y de la violencia sexual cometida por adolescentes

“…En la mayoría de los casos, las consecuencias para las víctimas incluyen el embarazo precoz, las infecciones del tracto reproductivo y las enfermedades sexualmente transmisibles, como el suicidio (Platt et al, 2018), riesgos de desarrollar trastornos biopsicosociales, con repercusiones sobre las esferas física, conductual y cognitiva (Fontes et al, 2017). También son signi#cativas las consecuencias en el ámbito social debido a los altos costos con asistencia médica, sistema penal y judicial, caída en la productividad y en el salario del futuro joven (Fontes et al, 2017;Matos et al, 2018). En la niñez, la violencia sexual puede provocar fobias, depresión, ansiedad y trastorno postraumático en aproximadamente 50 % de las víctimas, además de los sentimientos de culpa, vergüenza, di#cultad para con#ar, conductas suicidas, autolesión, bajo rendimiento académico, trastornos alimentarios, conducta sexualizada y agresividad (Padilha & Filho, 2016).…”

Vitimização de funcionários a alunos: violência explícita, disfarçada por práticas escolares e negligência

“…Apesar de o instrumento abarcar a maior parte do fenômeno da violência por funcionários, tendo uma variância explicada adequada (57,9%), alguns aspectos não foram incluídos, como a violência sexual por funcionários, que consta na definição da Organização Mundial da Saúde (OMS, 2012) e que foi apontada como possível ocorrência em escolas (Whitted, 2008;Khoury-Kassabri, Astor & Benbenishty, 2008) e a violência que se associa a questões de preconceito étnico, de gênero e orientação sexual (Wei, Stelko-Pereira, Sá & Williams, 2015) . Ainda que não tenham sido incluídas questões específicas, a violência sexual comumente ocorre com a violência psicológica (quando o agressor faz ameaças) e de violência física (Matos, Pinto & Stelko-Pereira, 2018) de modo que, quando alunos apresentam altos escores no Evaf, é importante inquirir se há também violência sexual, tema que comumente é tabu. Similarmente, altos índices no Evaf também indicam a necessidade de se questionar sobre sofrer preconceitos, pois esses podem se manifestar tanto com o uso da violência explícita, quanto da disfarçada de práticas escolares ou da negligência diante da violência por alunos.…”

Impacto da violência sexual em mulheres com disfunção sexual

“…Therefore, it is essential to broaden this discussion in order to enable health professionals and services to provide comprehensive care and care to victims. 8,12 Conclusions:…”

“…Sexual violence when committed in childhood is negatively associated with the quality of life during adulthood and dysfunctional sexual life. 12 being considered the factor of most prominent risk of developing sexual dysfunction in adulthood. 15,16,17 In this study, only 7.69% of the aggressors were unknown by the victims, with more than 30% of the cases the aggressor being someone from inside their home.…”

“…11 It is also essential to broaden this discussion in order to enable health professionals and services to comprehensive care and care of victims. 8,12 With all this in mind, this study seeks to identify, among women with complaints of sexual dysfunction, if there are clinical and psychological characteristics that may suggest, albeit in a veiled way, the occurrence of current or past rape and also to evaluate the impact of sexual violence on their current complaint.…”