INTRODUÇÃOA Enfermagem constitui-se em um importante componente da equipe de saúde que presta assistência a pacientes internados em instituições hospitalares, uma vez que é ela que permanece as 24 horas do dia no hospital e que maior contato mantém com o paciente. Assim, por ser a enfermagem que se faz mais presente junto ao paciente internado, poderia estabelecer com ele a relação de ajuda necessária para prestar o cuidado.A relação enfermeiro-paciente, também denominada relação de ajuda, relação de pessoa-a-pessoa ou relacionamento terapêutico, tem sido não só objeto de estudo, mas também um componente importante no discurso do ensino de enfermagem em várias áreas. Porém ela tem sido mais aprofundada nas áreas de Enfermagem em Saúde Mental e Psiquiátrica uma vez que nestas áreas se enfatiza a relação como o principal papel do enfermeiro. No entanto, tais áreas têm reconhecido também que esta forma de pensar se estenderia a toda enfermagem uma vez que esta é uma profissão de ajuda e que em qualquer ação de enfermagem ocorre uma interação.Na enfermagem, é de consenso preconizar uma prestação de assistência integral ao indivíduo, sendo este um discurso não só dos enfermeiros assistenciais como também dos enfermeiros docentes. Em contrapartida, alguns pesquisadores na área detectaram que os enfermeiros identificam e atendem principalmente as necessidades do plano físico ou psicobiológico (KAMIYAMA, 1979;PAIM 1979). Esta também tem sido a nossa percepção. Dentre as causas mencionadas pelos enfermeiros e que os levariam a ter dificuldades na relação com o paciente, FERREIRA & HISAMITSU (1993) encontraram: a falta de preparo acadêmico, a falta de vivência, o não saber lidar com o estresse frente à doença e/ou morte e o medo de se envolver... Estes resultados nos levam a pensar que, provavelmente, existam alguns problemas no preparo do enfermeiro para a relação com o paciente.Ao analisarmos o marco conceitual desta relação encontramos como aspecto básico, o envolvimento emocional. Este é básico pois, segundo TRAVELBEE (1979), o profissional necessita se envolver emocionalmente se deseja estabelecer uma relação com o paciente ou com qualquer outro ser humano. Também STEFANELLI et al. (1982) afirmam que o envolvimento emocional é um aspecto vital na relação terapêutica com o paciente. Neste momento consideramos importante conceituarmos o envolvimento emocional.Segundo TRAVELBEE (1979), envolvimento emocional é a capacidade de transcender-se a si mesmo e interessar-se por outra pessoa sem que este interesse nos inabilite. É através do envolvimento que nós nos * Enfermeira Professor