A dieta alimentar dos ribeirinhos amazônicos sofreu profundas mudanças decorrentes da desorganização do seu modo de vida. Essas mudanças repercutem no nível das subjetividades e mais ainda no que diz respeito à gravidez, puerpério e amamentação. O objetivo visa explorar os saberes e práticas alimentares de doze mulheres ribeirinhas gestantes ou lactantes em duas comunidades amazônicas. A abordagem foi a etnográfica combinada com entrevistas semiestruturadas das mulheres, suas mães e parteiras. Além de identificar um complexo quadro em que condicionantes de ordem econômica e ambiental caminham lado a lado às representações, concepções e saberes relacionados à alimentação, os dados dão conta das profundas transformações nos padrões alimentares destas populações, da constituição de redes de apoio formadas por familiares e comunidade que se mobilizam para garantir gestação, parto e puerpério saudáveis. Destacam-se os impactos das políticas públicas de renda mínima e de proteção ambiental na questão alimentar.