2020
DOI: 10.11606/issn.2178-0447.ars.2020.169553
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O direito de olhar a partir de Foucault, Spivak e Mbembe

Abstract: Este ensaio adota o pensamento foucaultiano como base para propor um recuo teórico em torno da noção de “direito de olhar” enquanto reivindicação de uma posição nas lutas sobre “como ver”. Após contextualizar o certame, reviso dois textos pontuais que cotejam Foucault: Pode o subalterno falar?, de Gayatri Spivak, e Necropolítica, de Mbembe. Do primeiro, depreendo a ideia geral de que o direito de olhar é o contrário do direito de “ver sem ser visto”. Do segundo, deduzo uma função de opacidade e de gestão da in… Show more

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“…Tal intenção também é representada pelas camisetas personalizadas que Sargent usa durante todo o documentário. Beccari (2020), a partir da leitura de Foster (2002), explica que o consumo das lojas de departamento foi exponenciado a partir da implementação de grandes vitrines, que se tornaram possíveis após o avanço na produção de vidro, permitindo que produtos antes escondidos nas prateleiras pudessem integrar os ambientes públicoscomo parques, cafés e teatroem exposição direta à rua (BECCARI, 2020, p.87). Essa transformação do espaço público acaba por criar também uma nova forma de "estar em público", de modo que, segundo Sennett (2014), a personalidade dos indivíduos passou a ser externalizada tanto nos bens de consumo como nas atividades públicas.…”
Section: O Sujeito Terraplanistaunclassified
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“…Tal intenção também é representada pelas camisetas personalizadas que Sargent usa durante todo o documentário. Beccari (2020), a partir da leitura de Foster (2002), explica que o consumo das lojas de departamento foi exponenciado a partir da implementação de grandes vitrines, que se tornaram possíveis após o avanço na produção de vidro, permitindo que produtos antes escondidos nas prateleiras pudessem integrar os ambientes públicoscomo parques, cafés e teatroem exposição direta à rua (BECCARI, 2020, p.87). Essa transformação do espaço público acaba por criar também uma nova forma de "estar em público", de modo que, segundo Sennett (2014), a personalidade dos indivíduos passou a ser externalizada tanto nos bens de consumo como nas atividades públicas.…”
Section: O Sujeito Terraplanistaunclassified
“…Além disso, os demais personagens terraplanistas do documentário também exercem, cada um à sua maneira, uma elaboração de si como "estética da existência", principalmente em meio à vida pública, onde tomam seus papeis dentro do terraplanismo e materializam suas personalidades através dos objetos que os 11º Plural Design -Univille, Joinville/SC 09 a 11 de outubro de 2023 referenciam 9 . Conforme assinala Beccari (2020), tal elaboração permanente de si (ou o "design de si") é a característica que constitui o sujeito enquanto tal, de modo que toda a atividade dos terraplanistasde seus vídeos nas redes sociais às suas camisetas e relógios da Terra Planademonstra a permanente atividade de elaboração desses sujeitos enquanto terraplanistas, da primeira à última cena. Nas cenas finais da Conferência, Sargent se veste com trajes de gala para apresentar uma premiação no evento.…”
Section: O Sujeito Terraplanistaunclassified
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“…O "direito de olhar" envolve uma questão de autonomia do/a sujeito/a, é um direito de contrapor-se as visualidades que são conectadas às relações de poder (MIRZOEFF, 2011;. Portanto, o "direito de olhar"to lookno idioma inglês, também sugere "direito de parecer"to look like -como também "direito de procurar/buscar"to look forou seja, o direito à existência, às liberdades ou representatividades, uma questão de visualidade e dos modos de ver determinada existência (BECCARI, 2020). De outra forma, o direito ao olhar se contrapõe à naturalização de certas ideias e valores, portanto é necessário compreender que nossa história/trajetória cultural vai configurando, gradativamente, nosso modo de ver o mundo, ou seja, predispondo-nos a vê-lo de determinadas maneiras.…”
Section: Visualidades E Contravisualidades Em Circulaçãounclassified