“…Uma vez que falamos de um uso específico da fotografia enquanto produção de cenas fotografadas, eixo composicional nas páginas duplas do livro de Lee, estamos falando de uma compreensão contemporânea quanto aos usos e reusos das imagens. A ideia de imagem-ficção, que o pensador e teórico francês Philippe Dubois (2016Dubois ( , 2017 vem desenvolvendo em seus escritos mais recentes, em muito nos auxilia nesse refletir sobre um livro híbrido, que fica entre o literário, o plástico e o fotográfico, fonte potencial de estranhamentos ao leitor/olhante, seja ele criança, jovem ou adulto. Esse borrar as fronteiras nas artes, bem como na faixa etária de um público alvo previsto, causando rupturas nos modos de ver e ler, ação iniciada já na virada dos séculos XIX para XX, ao boom visual detonado pelo advento da fotografia como linguagem visual e, consequentemente, do cinema como reoperador das imagens em sua relação com o olhar humano, tão bem refletida pelo crítico e pensador germânico Walter Benjamin (2012), é uma das características mais essenciais à compreensão da arte contemporânea, hoje.…”