Fixação externa do anel de Ilizarov para fraturas complexas do platô tibial

Abstract

Resumo Objetivo Analisar os resultados clínicos, radiológicos e funcionais da fratura do planalto tibial (Schatzker Tipo V, VI) tratada com fixador externo do anel Illizarov com ou sem abertura mínima. Métodos Um total de 52 fraturas do planalto tibial dos tipos V e VI foram tratadas com fixador externo do anel Ilizarov com ou sem fixação interna mínima. A avaliação do desfecho funcional foi feita utilizando-se o escore da American Knee Society (AKS, na sigla em inglês) com consolidação clínica, radiológica e complicações encontradas. Resultados Foram 37 (71,15%) pacientes do sexo masculino e 15 (28,84%) do sexo feminino, com idade média de 39,07 ± 12,58 anos. Acidentes de trânsito (ATs) foram a principal causa das fraturas, contabilizando 32 casos (61,53%), seguidos por lesão por queda, com 16 casos (30,76%), e impacto direto, com 4 casos (7,69%). Foram 21 (40,38%) casos de fraturas tipo V, 31 (59,61%) casos do tipo VI e 24 (46,15%) casos de fratura exposta. Os escores médios da AKS para as fraturas tipo V e VI foram de 82,8 e 80,70, respectivamente, mas não foi estatisticamente significativo em p <0,05. O escore médio da AKS para fraturas fechadas e abertas também não foi estatisticamente significativo em p <0,05. Conclusões Para a fratura do planalto tibial complexa dos tipos V e VI de Schatzker, a fixação externa de Ilizarov é um método de tratamento seguro, econômico e eficiente que resulta em resultados satisfatórios.

Fatores associados à maior permanência hospitalar na fratura do planalto (platô) tibial

“…Não houve diferença de percentual em relação ao lado da fratura (lado direito 50% e esquerdo também 50%). Pôde ser observada variação da média e mediana de dias de internamento e da idade da amostra total analisada com idade média total de 41,2 anos e de de tempo total de internação em dias de 9,8 (7-9); a mediana de tempo total de internação em dias foi de 7,5 (5)(6)(7)(8)(9)(10)(11).…”

“…Em 26,9% os que apresentaram pelo menos 1 comorbidade, tiveram tempo de internação mediano de 7 dias (5)(6)(7)(8)(9)(10). Do total, 73,1% não apresentavam nenhuma comorbidade e tiveram tempo mediano de internação de 8 dias (5)(6)(7)(8)(9)(10)(11).…”

“…Em relação ao tipo de tratamento cirúrgico definitivo utilizado na amostra total, os pacientes com RAFI convencional (82,85%) tiveram permanência mediana de 7 dias (5-10), que foi menor quando comparado com os demais tratamentos cirúrgicos definitivos com fixador externo (FE) Ilizarov (9,5%) com tempo mediano de 14,5 (7-27) e RAFI com placa e parafusos bloqueados (7,6%) com tempo mediano em 13 dias (8)(9)(10)(11)(12)(13)(14)(15)(16)(17). A utilização de RAFI é considerada padrão-ouro no tratamento de fraturas de platô tibial permitindo movimentação precoce do joelho.…”

“…A utilização de RAFI é considerada padrão-ouro no tratamento de fraturas de platô tibial permitindo movimentação precoce do joelho. 11 Como apresentado, a RAFI tanto com placas e parafusos convencionais ou bloqueados foi a maior porcentagem no total. Observou-se no presente estudo a necessidade de aguardo de material cirúrgico especial em comparação ao convencional, já que a placa bloqueada não está na lista de materiais contemplados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).…”

“…25 A literatura destacou que o edema e a inflamação associados à energia do trauma podem acarretar impacto venoso local, hipóxia dérmica, e lesão adicional de partes moles. 11 No presente estudo, as lesões de partes moles estavam presentes principalmente nas fraturas dos tipos V a VI (71,42%), os quais dispuseram do tempo de internação mediano de 10 dias (6-16, p<0,001), em relação aos demais sem lesão com tempo de internação mediano de 6 dias (4-10). Nesta perspectiva, pôde-se observar a presença de lesões de partes moles principalmente em fraturas mais complexas (tipo V a VI) corroborando com a literatura.…”