Os Autores brasileiros não citam os autores brasileiros: Nada mudou desde 1994

Abstract

Resumo Objetivo Observar o perfil de autocitações da Revista Brasileira de Ortopedia (Rev Bras Ortop) e de citações deste periódico em outras revistas médicas de ortopedia de conteúdo geral ou específico de uma determinada área de conhecimento da especialidade. Métodos Trata-se de estudo observacional transversal da frequência de autocitações e citações da Rev Bras Ortop em outros cinco periódicos médicos de ortopedia de diferentes países, todas publicadas em língua inglesa. Foram analisados os 15 últimos artigos publicados em 2020 em cada uma das seis revistas estudadas. As referências usadas em cada um delas foi avaliada para identificação do periódico em que foram publicadas originalmente. A distribuição de frequência dos quatro principais periódicos citados, sua posição e o percentual relativo ao total de citações foram observados e registrados em cada uma das seis revistas. O número de vezes em que a Rev Bras Ortop foi citada em cada um dos periódicos estrangeiros selecionados foi avaliado por meio de suas frequências absoluta e relativa. Resultados O total de citações avaliadas neste estudo foi de 2527 (variando de 386 a 486 por revista). A Rev Bras Ortop apresentou baixa taxa de autocitação (2,6%), sendo citada na própria revista na sexta posição (10 de um total de 386 referências). No período estudado, a Rev Bras Ortop não foi citada em nenhum dos outros cinco periódicos médicos incluídos no estudo (frequência absoluta 0, frequência relativa 0). Conclusão Observou-se que a Rev Bras Ortop apresenta baixa referência de si própria, com taxa de autocitação de 2,6% no período estudado, mostrando que de fato o ortopedista brasileiro não cita o ortopedista brasileiro que publica na revista. Sugerimos a elaboração e a implementação de estratégias fortes de melhora da visibilidade do periódico no cenário acadêmico-científico mundial. Além disso, é fundamental que os ortopedistas brasileiros entendam esta realidade e auxiliem direta e efetivamente em sua mudança.

The Difficulties of Conducting Research and Transdisciplinary Studies in Sports Medicine in Brazil

“…The notion of health decentralization in the Brazilian Unified Health System (SUS), in which towns, states, the Federal Government, and universities do not speak the same language, makes standard data collection impossible, decreasing inter-institutional partnerships and making all of this work herculean. In other words, we are dealing with self-referential health systems that are still unable to confront each other in their social contexts [18][19][20].…”

The tension between the language of literature and the language of clinical practice/research in Brazilian medical publications

“…4 Researching, writing, and disseminating the findings of scientific research are important means of communication in the academic environment. 5 Overall, Brazilian authors do not cite Brazilian authors, denotating an obvious tension between the language used in the literature and the language used in clinical practice/research. 4,5 There is clearly a need for strong policies to encourage scientific production, such as support for multicentre projects and clinical studies that benefit the local population, encouraging students and young health care professionals to produce quality research and improve clinical care.…”

A tensão entre a linguagem da literatura e a linguagem da prática clínica/pesquisa nas publicações médicas brasileiras

“…Pesquisar, escrever e divulgar os resultados da pesquisa científica são importantes meios de comunicação no meio acadêmico 5 . Em geral, os autores brasileiros não citam autores brasileiros, denotando uma tensão óbvia entre a linguagem utilizada na literatura e a linguagem utilizada na prática clínica e de pesquisa 4,5 .…”

“…4 Pesquisar, escrever e divulgar os resultados da pesquisa cient ıfica são importantes meios de comunicac ßão no meio acadêmico. 5 Em geral, os autores brasileiros não citam autores brasileiros, denotando uma tensão obvia entre a linguagem utilizada na literatura e a linguagem utilizada na pr atica cl ınica e de pesquisa. 4,5 E evidente a necessidade de pol ıticas fortes de incentivo a produc ßão cient ıfica, como o apoio a projetos multicêntricos e estudos cl ınicos que beneficiem a populac ßão local, incentivando estudantes e jovens profissionais de sa ude a produzir pesquisas de qualidade e melhorar a assistência cl ınica.…”

“…5 Em geral, os autores brasileiros não citam autores brasileiros, denotando uma tensão obvia entre a linguagem utilizada na literatura e a linguagem utilizada na pr atica cl ınica e de pesquisa. 4,5 E evidente a necessidade de pol ıticas fortes de incentivo a produc ßão cient ıfica, como o apoio a projetos multicêntricos e estudos cl ınicos que beneficiem a populac ßão local, incentivando estudantes e jovens profissionais de sa ude a produzir pesquisas de qualidade e melhorar a assistência cl ınica. 4,5 Al em disso, e fundamental que cientistas e profissionais de sa ude brasileiros compreendam essa realidade e trabalhem juntos para mudar efetivamente esse cen ario.…”