RESUMOOs benefícios da terapia de reposição hormonal na prevenção e tratamento da osteoporose já são amplamente reconhecidos. Esta revisão tem por objetivo abordar os principais efeitos, mecanismos de ação e indicações dos principais esteróides utilizados na osteoporose da pós menopausa. Considerou erroneamente, na época, que a falta de estrógenos acarretava apenas uma diminuição da formação óssea. Atualmente, sabe-se que a perda óssea acelerada observada na pós menopausa é atribuída a um incremento do turnover ósseo, e tanto a formação como a reabsorção estariam aumentadas em decorrência da falência ovariana com predomínio da reabsorção, acarretando o aparecimento de fraturas osteoporóticas em cerca de 25% das mulheres em torno dos 75 anos (2). Garnero e cols. reportaram que nessa etapa da vida da mulher os marcadores de reabsorção aumentam em média 90%, enquanto que os de formação aumentam ao redor de 45% (3).A terapêutica de reposição hormonal (TRH) utilizada logo após a menopausa e durante 10 anos, reduz em 50% a incidência de fraturas osteoporóticas (4). Além do aspecto preventivo, já é consenso que ocorre aumento da massa óssea com o uso de TRH a longo prazo, mesmo em mulheres com osteoporose estabelecida, reduzindo em 50% o risco de fratura vertebral.
ESTRÓGENOS
Mecanismo de AçãoEmbora tenha decorrido mais de 50 anos desde a publicação de Albright, ainda é controverso o mecanismo exato de ação dos estrogênios no osso. Eles atuam a nível dos osteoblastos, onde foram identificados seus receptores (5), modulam a secreção endógena de calcitonina (6) e incrementam o número dos seus receptores ósseos (7). Os estrógenos também podem reduzir a perda óssea inibindo a síntese de prostaglandinas, principalmente as da série E, reduzem em cerca de 50% a produção do fator de necrose tumoral (TNF)