OBJETIVO: Analisar a relação entre distúrbios do sono e severidade da fibromialgia (FM) no impacto da qualidade de vida de brasileiras usuárias de redes sociais.MÉTODOS: Estudo de delineamento transversal, com coleta de dados realizada a partir de questionário eletrônico divulgado em grupos de discussão sobre FM em uma rede social. A amostra foi composta por mulheres brasileiras, com idade maior que 18 anos e diagnóstico médico prévio de FM. O questionário continha perguntas sobre situação sociodemográfica; tratamento médico; severidade em relação ao grau de dor; impacto da FM na capacidade funcional (Questionário sobre o Impacto da Fibromialgia) e qualidade do sono (Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh). Foram realizados o teste de correlação de Spearman, teste qui-quadrado e de Kruskall-Wallis (p<0,05).RESULTADOS: Das 277 participantes (42,3±10,0 anos de idade), 81,3% (n=225) já faziam tratamento para FM. A avaliação da severidade da doença resultou numa média de 7,9±1,6 pontos e alto impacto na qualidade de vida das mulheres (82,4±12,0 pontos). Distúrbios no sono foram identificados em 72,9% (n=202) da amostra (13,0±3,7 pontos). Foi encontrada correlação significativa, fraca e positiva entre impacto da FM na qualidade de vida das participantes e má qualidade do sono (r=0,13; p=0,033) e grau de dor (r=0,37; p<0,001).CONCLUSÕES: Embora a correlação estatística entre impacto da FM e distúrbios do sono tenha se mostrado fraca, as pontuações indicaram a alta severidade e importante impacto da doença na qualidade de vida das participantes.