Migração do fio de Kirschner após o tratamento da luxação acromioclavicular para o ombro contralateral – relato de caso

Abstract

ResumoO uso dos fios metálicos, denominados fios de Kirschner, é um método de fixação simples e eficaz para a correção de fraturas e luxações do ombro na cirurgia ortopédica. Uma das possíveis complicações é a migração do fio durante o acompanhamento pós-operatório. Os autores apresentam um caso de um paciente masculino de 48 anos, administrador, que sofreu uma queda de mesmo nível com trauma em ombro direito durante uma partida de futebol. Atendido em um hospital de referência de ortopedia e traumatologia, foi diagnosticada luxação acromioclavicular grau V. Quatro dias após o trauma, fez-se o tratamento cirúrgico da luxação acromioclavicular com amarrilhos com fios de âncora, transferência do ligamento coracoacromial e fixação com fio de Kirchner do acrômio à clavícula. No retorno, 12 dias após o procedimento cirúrgico, identificou-se a migração do fio de Kirschner do bordo do acrômio. Apesar de orientado a se submeter a cirurgia para remoção do fio, o paciente se recusou. Nove meses após o tratamento cirúrgico, o paciente apresentou dores no ombro esquerdo (lado contralateral), dificuldade para mobilizar o ombro, equimose e saliência. Foram feitas radiografias bilaterais e foi constatado que o fio de Kirschner, originalmente no ombro direito, estava no ombro contralateral. Fez-se então cirurgia para remoção do implante, com sucesso.

Spinal K-Wire Migration Following Acromioclavicular Dislocation Surgical Treatment: a Case Report With Scoping Review Discussion

“…The use of Kirschner wire to treat small bone fractures and dislocations has shown good results. Not only easy to insert, but the K-wire size is relatively small, which allows it to bend and twist (Palauro et al, 2019). That capability makes it the most suitable surgical instrument to treat small bones in the hand.…”

“…The use of K-wire for the treatment of shoulder fractures and dislocations offers more advantages than open reduction and internal fixation because inserting K-wire is known to be more simple and easier through atraumatic percutaneous that are associated with lower risk, minimum swell, and less stiffness (Kumar, et al, 2014). Possible complications include vascular and nerve damage, tendon rupture, osteomyelitis, loss of fracture or dislocation reduction, and post-operative wire migration (Palauro, et al, 2019).…”

“…Spinal migration is considered a rare case due to its proximal location over the clavicula or acromioclavicular joint. The mechanism of migration remains unknown despite the activity of muscles that could be the main cause (Palauro, et al, 2019), and there is also a lack of treatment protocols to evacuate the wire, particularly in the spine.…”

Anatomic reconstruction of the coracoclavicular and acromioclavicular ligaments with semitendinosus tendon graft for the treatment of chronic acromioclavicular joint dislocation provides good clinical and radiological results

“…In the belief that the free‐tendon graft needs to be protected during the healing and remodeling process by means of temporary non‐biological stabilization, the authors of the present paper thought that two high‐strength non‐absorbable sutures could be strong enough to ensure primary fixation, thus overcoming the need for anchors. This choice potentially reduces costs and hardware‐related complications, such as infections, hardware failure and/or need for removal, osteolysis and late clavicle fractures [7, 19, 20, 26, 35, 46, 51].…”

Comparação Retrospectiva Entre Amarrias Subcoracoide Com E Sem Adição De Fio De Kirschner Para O Tratamento Cirúrgico De Luxação Acromioclavicular

“…Desta forma, evitam-se possíveis complicações associadas, tais como: migração do fio metálico, desenvolvimento de artrose acromioclavicular. 4,23 Outra vantagem é que nessa adaptação não se faz necessário o procedimento de retirada do fio de Kirschner, diminuindo também a morbidade. 12,18 Em nosso trabalho não tivemos nenhuma complicação relacionada ao fio metálico e nenhum caso de lesão neurológica, compatível com a sua raridade na literatura.…”