Crescendo e enfraquecendo: um olhar sobre os rumos da Educação Física no Brasil

A proficiência motora de crianças e a abordagem de ensino na educação física escolar

“…No âmbito da Educação Física, integrante de uma área (21) das Ciências da Saúde, normalmente estes paradigmas pouco dialogam, por efeito, procedimentos de pesquisa deles oriundos também seguem essa tendência, algo que, inclusive, já foi debatido pela literatura científica especializada (BRACHT, 2000;TANI, 2008;CARNEIRO et al, 2016;MANUEL, 2016;CARNEIRO et al, 2019;HALLAL;MELO, 2017). Porém, antes de descrevermos a metodologia, precisamos responder duas indagações relativas à Educação Física: por que esses paradigmas raramente se comunicam?…”

A Prática Pedagógica De Um Professor De Educação Física Na Associação Pestalozzi Em Maceió - Alagoas

“…Assim, percebese até os dias atuais, o profissional de Educação Física ainda divide-se entre estes dois seguimentos da Educação Física (licenciatura e bacharelado). Contudo, os professores devem despertar para resolução de alguns problemas que têm obstruído uma maior consolidação qualitativa nas duas áreas do conhecimento podendo colocar em risco sua existência de um olhar qualitativo sobre educação física na perspectiva da inclusão de alunos com ou sem deficiência (HALLAL; MELO, 2017). Neste sentido, é inerente compreendermos seus aspectos históricos, uma vez que os primeiros passos científicos da Educação Física no país, e isso ocorreu com o diálogo, contato ou, ao menos, convivência entre duas naturezas distintas de produção de conhecimento, uma advinda das ciências médicas, outra das ciências humanas e sociais.…”

“…Os autores ainda ressaltam uma importante inflexão nesse processo de consolidação da disciplina se observa na década de 1970, pelos motivos a seguir: (a) Em função de mudanças no âmbito educacional, ou seja, uma nova estruturação dos cursos de formação inicial em Educação Física; (b) cenário político, evidenciado pelo investimento do governo de exceção em projetos esportivos; e, (c) a área de conhecimento paulatinamente assumiu uma nova conformação, notadamente no que tange a seus parâmetros científicos (HALLAL; MELO, 2017). Contudo, Munster e Alves (2018) explicam que no Brasil, a preocupação em qualificar profissionais de Educação Física para intervir junto a pessoas com deficiências teve início na década de 1980, quando começaram a ser ofertados cursos de capacitação nessa área, foi apenas no final dessa mesma década, instaura-se a Resolução CFE 03/87, a qual recomenda a inserção da disciplina de Educação Física Adaptada nos cursos superiores de Educação Física (MUNSTER; ALVES; 2018).…”

“UM ESTRANHO NO NINHO”: a pós-graduação stricto sensu no PPGEF/UFES frente às políticas científicas da área 21

“…Outro fato que merece destaque é que os docentes da área "Estudos Socioculturais e Pedagógicos" conseguem fazer uma pontuação que é "parelha" (em alguns caso, inclusive, superior) com os docentes da outra área, uma característica que nem sempre é identificada em outros Programas onde se oferta a formação "humanística" em Educação Física (MOLINA NETO, 1999;FRIZZO, 2010;SORIANO;LARA, 2012), já que são reconhecidas as muitas dificuldades e/ou paradoxos que os investigadores de "humanidades" em Educação Física enfrentam ao precisarem se adequar às políticas científicas da Área 21 (MANOEL; CRAVALHO, 2011;HALLAL;MELO, 2017). 10 As características narradas acima, impõem alguns desafios adicionais aos docentes que se aventuram nessa seara, pois, conforme identificado por Martins (2015), não há periódicos nacionais que publicam pesquisas da área sociocultural e pedagógica da Educação Física classificados como A1 pela Qualis da Capes.…”