RESUMO -A cefaléia no feocromocitoma é elemento diagnóstico importante, que pode caracterizar uma reação do organismo frente a oscilações hormonais patológicas. Após averiguação da hipertensão arterial e da cefaléia em 20 pacientes durante os períodos de descompensação do feocromocitoma, sugerimos que a hipertensão arterial isolada não é o único fator desencadeante dos fenômenos álgicos cranianos. A possibilidade das variações nas catecolaminas, adrenomedulina e outras substâncias neuroendócrinas deve ser melhor esclarecida para comprovar esta hipótese.PALAVRAS-CHAVE: cefaléia, feocromocitoma, hipertensão arterial, adrenomedulina, catecolaminas.
Headache in patients with pheochromocytoma: influence of arterial hypertensionABSTRACT -Headache is an important diagnostic element in pheochromocytoma and it may characterize a body reaction to pathological hormonal oscillations. We observed the pheochromocytoma instability in 20 patients during arterial hypertension and tried to correlate with headache. We found that isolate hypertension is not the only factor in headache pathogenesis. It is possible that changes in catecholamines, adrenomedullin and other neuropeptides may cause some of these symptoms.KEY WORDS: headache, pheochromocytoma, arterial hypertension, catecholamines, adrenomedullin.As cefaléias no feocromocitoma são parte integrante de um complexo de sinais e sintomas paroxísticos. Elas são caracterizadas por: duração média de segundos até horas; frequência de uma a três vezes ao dia; localização bilateral frontal com irradiação temporal ou, mais raramente, unilateral e occipital; taquicardia e sudorese antecedendo os quadros álgicos; palidez e elevação da pressão arterial acompanhando as crises de cefaléia. Atividades físicas, posição supina, manobras de Valsalva, retirada do tumor são considerados, respectivamente, como fatores desencadeantes, de piora e de melhora clínica 1-5 .Os critérios diagnósticos da cefaléia no feocromocitoma propostos pela International Headache Society 6 (IHS) sugerem íntima relação com a hipertensão arterial. Estes conceitos podem ser questionados à medida que novos casos e recentes descobertas farmacológicas surgem. Registramos o resultado de estudo da cefaléia e da hipertensão arterial em pacientes com feocromocitoma.
MATERIAL E MÉTODOSEstudamos 20 pacientes com feocromocitoma, durante os períodos de descompensação da doença, sendo 13 do sexo masculino e 7 do feminino, com idade média de 35,15 anos (± 17,20 anos) (Tabela). O diagnóstico da