The life of people with disabilities are marked by adverse situations, like architectural barriers, communication barriers and attitudinal barriers, This group also suffers from violent situations in their daily lifes, such as physical and verbal aggression. In the current scientific production, there is few researches that investigates the discourse of the person victim of violence, a fact that, on one hand, may characterize some ignorance of the situations experienced by these people, and, on the other hand, may result in discredit of the discourse of people with disabilities. The objective of this research was to investigate the violence experienced by people with disabilities through a case study of a young person with physical disability. The research was descriptive and had a qualitative nature, using the theoretical framework of the Sociology of disability, Violence and Stigma. Semi-structured interview was conducted, using Comprehensive Sociology as a data analysis tool. The results showed that insults and exclusions are a part of the daily life of the young, actions that can be classified as bullying. The young experience several conflicts in the school environment, having some of these conflicts resolved through the mediation of professionals. Violence against people with disabilities is a dynamic and recurring phenomenon, requiring prevention and intervention programs in the school and other researches on the theme that focuses on the victim point of view.ResumoA vida das pessoas com deficiência é marcada por situações adversas, como barreiras físicas, comunicacionais e atitudinais. Esse grupo também sofre de situações violentas em seu cotidiano, como agressões físicas e verbais. Na produção científica atual se notam poucas pesquisas que investigam o discurso da própria pessoa vítima de violência, fato esse que, de um lado, pode caracterizar desconhecimento das situações vividas por essas pessoas e, por outro, pode resultar em um descrédito em relação ao discurso das pessoas com deficiência. Nesse sentido, o objetivo desta pesquisa foi investigar as violências vividas por pessoas com deficiência por meio de um estudo de caso de um jovem com deficiência física. A pesquisa realizada foi descritiva e de natureza qualitativa, utilizando-se do referencial teórico da Sociologia da Deficiência, da Violência e do Estigma. Foi realizada entrevista a partir de um roteiro semiestruturado de questões, sendo utilizada a Sociologia Compreensiva como ferramenta de análise dos dados. Os resultados mostraram que xingamentos e exclusões fazem parte do cotidiano do jovem com deficiência, ações tais que podem, legalmente, ser tidas como bullying. O jovem vive diversos conflitos no ambiente escolar, tendo alguns desses conflitos resolvidos a partir da mediação de profissionais. A violência contra as pessoas com deficiência é um fenômeno dinâmico e recorrente, são necessários programas de prevenção e de intervenção no ambiente escolar, além de outras pesquisas sobre a temática que focalizem a perspectiva da vítima.Palavras-chave: Violência, Pessoas com deficiência, Estigma, Bullying.Keywords: Violence, Disabled Persons, Stigma, Bullying.ReferencesABRAMOVAY, M. Cotidiano das escolas: entre violências. Brasília, DF: Unesco, Observatório de Violência, Ministério da Educação 2006.AMARAL, L. A. Sobre crocodilos e avestruzes: falando de diferenças físicas, preconceitos e sua superação. In: Diferenças e preconceito na escola: alternativas teóricas e práticas. Volume 5. São Paulo: Summus, 1998. p. 11-30.ARANHA, M. S. F. Paradigmas da relação da sociedade com as pessoas com deficiência. 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Este artigo apresenta alguns resultados de uma pesquisa realizada no Programa de Pós–Graduação em Educação da Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE cujo escopo foi o de analisar as relações entre a escola, o Conselho Tutelar e o Poder Judiciário nos casos de judicialização de violência escolar. Os dados foram coletados em 10 escolas da rede pública municipal de ensino de Cascavel e 10 escolas estaduais, sendo que metade das escolas foram indicadas pelo Conselho Tutelar da Região Leste e a outra metade pelo da Região Oeste cujo critério de inclusão foram as escolas com maior incidência de violências registradas em cada um destes órgãos. Entrevistou-se diretores e coordenadores pedagógicos de cada uma destas 20 escolas com vistas a identificar os casos de violência e os critérios adotados para os encaminhamentos ao Conselho Tutelar, bem como a qualidade da interação entre estas instituições e quais os efeitos dos casos encaminhados ao Poder Judiciário, quando do retorno desses alunos à escola. Foram, também, entrevistados os Conselheiros responsáveis de cada região do município de Cascavel, objetivando apreender suas percepções a respeito das atuações das escolas nos episódios de violência, quais as providências por eles tomadas ao receberem esses casos e quais os efeitos dessas providências em relação à resolução do problema.
Capítulo 5 O thambos ou sentimento da presença do invisível na poética da infância de Henri Bosco
RESUMO O presente ensaio apresenta reflexões sobre comentários de internautas a respeito de jovens e violência na cidade de Cascavel (PR). Os comentários foram extraídos no Facebook da Central Gazeta de Notícias (CGN), que disponibiliza os boletins de ocorrência da Polícia Militar. Trata-se de uma pesquisa etnográfica virtual, cuja estratégia metodológica está ancorada na sociologia do cotidiano de Maffesoli e nos fundamentos da violência antropológica de Girard. Constatou-se a presença de emoções compartilhadas que remontam a alguns arcaísmos, destacando-se omecanismo do bode expiatório.
Resumo No ano de 2021 comemora-se o aniversário de 25 anos da fotoetnografia. Para celebrarmos um quarto de século da emergência desse campo no âmbito da antropologia visual, realizamos uma entrevista com Luiz Eduardo Robinson Achutti. A entrevista está estruturada em torno de três tópicos. O primeiro dialoga sobre a trajetória profissional e acadêmica do entrevistado; o segundo aborda aspectos teóricos e metodológicos da fotoetnografia e o terceiro apresenta um balanço dos desafios e perspectivas desse conceito para os próximos 25 anos.
Michel Maffesoli, nascido em 14 de novembro de 1944 em Graissessac, França, é um sociólogo apaixonado pelo Brasil e vem com frequência para debates em torno de questões que envolvem o atual e o cotidiano em um tempo que ele compreende como pós-moderno. Aluno de Gilbert Durand, assumiu a cadeira de Émile Durkheim na Sorbonne (Université de Paris-Descartes) em 1981, onde permaneceu até setembro de 2014. Atualmente é professor emérito e membro honorário do Instituto Universitário da França ad vitam. Se considera um pensador da pós-modernidade ou da contemporaneidade que procura evidenciar as mutações de fundo (a raiz da vida em conjunto), pois para ele a crise atual não é apenas econômica, mas societal. Nesta entrevista, o diálogo com Maffesoli se deu a partir de quatro eixos: 1) formação acadêmica; 2) compreensão do fenômeno educacional na contemporaneidade; 3) pesquisas realizadas; e 4) reflexões em torno de aspectos políticos na contemporaneidade. A entrevista procurou apresentar como o pensador francês compreende as mudanças que a internet trouxe para o campo da educação e, em especial, para a relação professor-aluno. No diálogo evidenciou-se também os autores que mais contribuíram com sua formação, a relação que Maffesoli estabeleceu com o pensamento de Karl Marx, Max Weber, entre outros e a compreensão sobre o ambiente universitário.
O presente ensaio de Antropologia Visual tem o objetivo de narrar, imageticamente, por meio de uma fotoetnografia, o cotidiano citadino de trabalhadores, em suas múltiplas experiências que, em função das condições sociais ou da profissão que exercem, não têm condições de cumprir as recomendações do distanciamento social, durante a pandemia da COVID-19, na cidade de Cascavel-PR. O artigo encontra-se estruturado em duas partes. Na primeira, formada por um texto escrito, recorremos ao conceito de apartheid, como perspectiva de análise para mostrar seus efeitos no cotidiano de trabalhadores; assim, apresentamos, brevemente, o campo de Antropologia Visual e da fotoetnografia. Por fim, discorremos sobre nosso campo de pesquisa, marcado por profundas evidências de vulnerabilidade e injustiça social. Na segunda parte, formada, essencialmente, por uma linguagem imagética, apresentamos o cotidiano dos nativos. Com essa organização, ao recorrermos às linguagens textual e imagética, oferecemos ao leitor duas possibilidades de entrada para percorrer os múltiplos corredores de interpretações, sendo possível escolher entre iniciar a leitura pelas imagens ou pela escrita textual.
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