A cor da dor: iniquidades raciais na atenção pré-natal e ao parto no Brasil El color del dolor: inequidades raciales en la atención pre-natal y partos en Brasil
This study compares anthropometric and ecological profiles of two Xavánte indigenous communities in Mato Grosso, Central Brazil. The research describes time allocation patterns and involves an anthropometric survey (including body mass, stature, and BMI) in adults over 20 years of age. Data from Etéñitépa (also known as Pimentel Barbosa) were collected in 1994. Field work at São José was conducted in 1998 and 1999. Compared with the São José group, Xavánte in Etéñitépa do more subsistence activities like farming, fishing, hunting, and gathering. The São José Xavánte do more paid work and generally engage in less physical activity. Average stature in the two communities is similar, but there are major differences in mean body mass and BMI. The São José group has average BMI values well over those of the Etéñitépa group in practically all age brackets. Obesity prevalence rates were high in both men (24.6%) and women (41.3%) in São José, while in Etéñitépa the rates were only 2.5% and 4.8%, respectively. The authors conclude that the different nutritional profiles in the two communities result from specific patterns of social, political, and economic interactions with Brazilian society.
O objetivo foi analisar o uso das variáveis raça, cor e etnia em estudos epidemiológicos sobre populações brasileiras. Trata-se de revisão sistemática, conduzida na base PubMed,entre janeiro de 2000 e julho de 2010. Para o conjunto dos trabalhos revisados, aplicou-se ficha com questões sobre seus objetivos e a relevância da classificação étnico-racial em suas análises, características sócio-demográficas e aspectos da identificação étnico-racial das populações investigadas, bem como o seguimento de recomendações quanto ao uso das classificações de raça, cor e etnia. Dos 1.174 artigos identificados, 151 foram elegíveis para a revisão. Maiores proporções de cada um dos seguintes aspectos foram observadas nos artigos em que a identificação étnico-racial ocupou papel central em suas análises - destes, 18% justificaram o emprego das categorias; 16% consideraram a classificação étnico-racial como fluida e relativa ao contexto da produção dos dados; 65% descreveram o método da classificação étnico-racial; 17% entenderam esta classificação como medida de variabilidade genética; 26% interpretaram a variável como fator de risco para o desfecho em questão; 47% consideraram fatores socioeconômicos na interpretação das desigualdades étnico-raciais; e 27% incluíram tais fatores no ajuste de modelos estatísticos. Apenas dois estudos explicitaram o conceito, que embasou o uso da variável étnico-racial. Uma proporção expressiva dos estudos epidemiológicos analisados não segue os critérios mínimos que vêm sendo sugeridos quanto ao uso de variáveis relacionadas à classificação étnico-racial, de modo que este aspecto deve ser aperfeiçoado nas pesquisas em Saúde Coletiva.
Este é um artigo publicado em acesso aberto (Open Access) sob a licença Creative Commons Attribution, que permite uso, distribuição e reprodução em qualquer meio, sem restrições, desde que o trabalho original seja corretamente citado.Caldas ADR et al.
RESUMO:Objetivo: Os objetivos deste estudo foram analisar e descrever a presença da infraestrutura de saneamento básico nas áreas urbanas do Brasil, contrastando os perfis dos domicílios indígenas com os de não indígenas. Métodos: Trata-se de um estudo transversal com base nos microdados do Censo 2010. As análises foram baseadas em estatísticas descritivas (prevalências) e na construção de modelos de regressão logística múltipla (ajustados por covariáveis socioeconômicas e demográficas). Estimaram-se as razões de chance para a associação entre as variáveis explicativas (covariáveis) e de desfecho (abastecimento de água, esgotamento sanitário, coleta de lixo e saneamento adequado). O nível de significância estatística estabelecido foi de 5%. Resultados: Entre os serviços analisados, o esgotamento sanitário mostrou-se o mais precário. Em relação à cor ou raça, os domicílios com responsáveis indígenas apresentaram as menores frequências de presença de infraestrutura sanitária no Brasil Urbano. Os resultados das regressões ajustadas mostraram que, em geral, os domicílios indígenas se encontram em desvantagem quando comparados aos de outras categorias de cor ou raça, especialmente quanto à presença do serviço de coleta de lixo. Essas desigualdades foram de maior magnitude nas regiões Sul e Centro-Oeste. Conclusão: As análises deste estudo não somente confirmam o perfil de precárias condições de infraestrutura de saneamento básico dos domicílios indígenas em área urbana, como também evidenciam a persistência de iniquidades associadas à cor ou raça no país.
Palavras-chave:Censos. Saneamento básico. População indígena. Área urbana. Distribuição por raça ou etnia. Desigualdades em saúde.Condições de saneamento e desigualdades de cor/raça no Brasil urbano: uma análise com foco na população indígena com base no Censo Demográfico de 2010
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