O cientista crítico é crítico principalmente em relação a si próprio, ao seu trabalho, que deve executar nos limites das suas atribuições. O valor ideológico adquirido por sua obra não lhe vem de uma deliberada intenção, não é uma mensagem de que lhe reveste, um ingrediente que lhe acrescenta maliciosamente, mas decorre do fato de que todo o conhecimento possui por sua natureza essa característica. Se o que produz procede de uma consciência que se identifica pela raiz com o pensar das massas da comunidade, esse condicionamento se concretizará nos produtos que cria, independentemente de qualquer intencional destinação. O cientista crítico revela-se, neste particular, imensamente mais livre que seus colegas que trabalham conscientemente para as finalidades de camadas minoritárias da sociedade.
Formada em um viés eurocêntrico, a História, enquanto disciplina acadêmica passou por diversas adaptações e transformações, visando se construir como uma área do saber universalista e científica. Apesar de ainda estar longe deste objetivo, é perceptível que ela registrou avanços nesta direção, sobretudo, na segunda metade do século XX. Aqui, destacar-se-á, resumidamente, como os historiadores da África vêm colaborando com tal empreendimento, na busca de um olhar renovado sobre o continente e seus povos.
Resumo: este artigo traz uma análise "fanoniana" do livro "Tortura na colônia de Moçambique (1963Moçambique ( -1974". Para isto, inicialmente, define o que seria tal análise e explica a importância do livro em pauta. Posteriormente, procede a investigação propriamente dita, seguindo a hipótese de que a dita interpretação do problema da tortura no colonialismo, além de captar o fenômeno histórico ali tratado, lança luz para uma visão mais sistêmica da temática da tortura por si mesma, tratando-a como um elemento específico de toda "configuração colonialista". Para Fanon, um todo maior, estrutural, que marcaria as relações entre povos conquistados e conquistadores, para além do colonialismo.Palavras chave: Frantz Fanon -Tortura -PIDE -Moçambique -Descolonização.Abstract: This article presents a "fanonian" analysis of the book "Torture in the colony of Mozambique (1963Mozambique ( -1974". For this, initially, it defines what this analysis would be and explains the importance of the book in question. Subsequently, the investigation itself proceeds, following the hypothesis that the mentioned interpretation of the problem of torture in colonialism, in addition to capturing the historical phenomenon addressed there, provide a systemic view of the subject of torture itself, treating it as a specific element of every "colonial configuration." For Fanon, a structural character of the relations between conquered and conquering peoples, beyond colonialism.Keywords: Frantz Fanon -Torture -PIDE -Mozambique -Decolonization.
Sobre Fanon e o livro em análiseEste artigo traz uma análise "fanoniana" do livro "Tortura na colônia de Moçambique
Resumo Este artigo visa a analisar o debate sobre o ideário pan-africanista na revista Présence Africaine, entre 1956 e 1963. Para isso, serão investigados, neste material, três grupos de fontes primárias: a) artigos autorais na revista relacionados ao tema; b) editorais da mesma sobre o assunto; c) Atas do I (1956) e do II (1959) Congresso dos Escritores e Artistas Negros. Com essa pesquisa, buscam-se elementos para uma compreensão menos anacrônica de tal ideário em um momento crucial de sua possível consolidação como uma ideologia política pós-colonial. A tese que se desvela desse exame é que o debate sobre a personalidade africana teve ali papel central, visando aliar política e cultura em uma mesma interpretação do pan-africanismo.
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