RESUMO: O texto analisa a educação a distância no Brasil, buscando estabelecer os nexos teóricos e práticos entre duas dimensões essenciais da questão: as injunções políticas que determinam as práticas experimentadas nas diversas experiências realizadas e as questões econômicas que se revelam nas tecnologias utilizadas e nas formas como estas se articulam com as condições reais de implementação. A análise está baseada em dados de pesquisas empíricas realizadas em diferentes momentos da história recente do Brasil, com destaque em experiências de formação de professores, no estudo das quais a ênfase é dada na análise das formas de apropriação e de aproveitamento das propostas de educação a distância pelos usuários e nas contradições entre as promessas de um discurso tecnocrático que prioriza a técnica e a realidade dos sistemas de ensino que não conseguem assegurar condições mínimas de realização das propostas. Palavras-chave:Comunicação educacional. Educação a distância.Tecnologia educacional. Tecnologias de informação e comunicação. Formação de professores. ESSAY ABOUT DISTANCE EDUCATION IN BRAZILABSTRACT: This text analyzes distance education in Brazil in order to establish the theoretical and practical links between two of its essential dimensions: The political injunctions that determine the practices tested in various experiments under way; and the economical issues that emerge from the technologies used and how they articulate to the real conditions of implementation. The analysis is based on data from empirical research conducted at different moments of Brazilian recent history, with an emphasis on teacher training experiments. Emphasis is given to the analysis of the forms of appropriation and use of the distance education proposals by users. The contradictions between the promises of a technocratic discourse, which gives priority to technique, and the reality of the teaching systems, which are not able to guarantee the basic conditions to accomplish the proposals, is also highlighted.
RESUMO: Para que a sociedade da informação seja uma sociedade plural, inclusiva e participativa, hoje, mais do que nunca, é necessário oferecer a todos os cidadãos, principalmente aos jovens, as competências para saber compreender a informação, ter o distanciamento necessário à análise crítica, utilizar e produzir informações e todo tipo de mensagens. Esta convicção inspirou este artigo, cujo objetivo é apresentar algumas tendências atuais da mídia-educação no mundo, seus conceitos e ações, buscando contribuir para seu desenvolvimento no Brasil. Mídia-educação é importante porque vivemos num mundo onde as mídias estão onipresentes, sendo preciso considerar sua importância na vida social, particularmente no que diz respeito aos jovens. Promover a mídia-educação é importante também porque as defasagens, que separam muitas vezes os sistemas educacionais do mundo que nos rodeia, prejudicam a formação das novas gerações para a vida adulta.Palavras-chave: Mídia-educação. Educação para as mídias. Educomunicação. Comunicação e educação. MEDIA EDUCATION: CONCEPTS, HISTORY AND PERSPECTIVES ABSTRACT:In order to build a diverse and inclusive society of information, it is more than ever necessary to give all citizens and particularly young people the skills enabling them to understand
A partir da discussão dos controvertidos conceitos de modernidade e pós-modernidade, este texto busca destacar os ideais e as conquistas da sociedade moderna em dois campos cada vez mais complementares no processo de socialização das novas gerações: a educação e a comunicação. Considerando a crescente importância do fenômeno comunicacional na sociedade atual, globalizada e tecnificada, a educação é chamada a constituir-se em espaço de mediação entre a criança e um meio ambiente povoado de máquinas cada vez mais "inteligentes". Tendo como eixo teórico a integração - necessária e inelutável - ao campo educacional, das novas tecnologias de comunicação e de informatização, a autora tenta delinear alguns caminhos para a formação de professores numa perspectiva inovadora, indispensável para a melhoria da qualidade da escola do presente e do futuro.
A crescente integração das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) aos processos de comunicação e educação torna necessária a concepção de novas formas de se organizar e ofertar o ensino. Neste contexto, o presente artigo aborda a educação a distância (Ead) apontando para os riscos implicados em se confundir inovação técnica com inovação pedagógica e destacando a importância de se transferir o foco da discussão sobre a EaD da 'modalidade' para o 'método', da organização do ensino para os modos de ensinar e aprender. Para isso, é preciso considerar a técnica em sua dupla dimensão - objeto de estudo e ferramenta pedagógica - e a educação em seu caráter interdisciplinar. A abordagem aqui apresentada contrapõe-se à concepção tecnicista do ensino, deslocando a tecnologia do centro do processo educacional e colocando em destaque a dimensão histórica e social da educação. Acredita-se que, mais que uma forma de preencher as lacunas do sistema educacional, a EaD tende a se tornar um elemento regular dos atuais sistemas de ensino, podendo contribuir para a democratização do acesso à educação, caso se realize na perspectiva da aprendizagem aberta e de forma integrada com o ensino convencional.
RESUMO:A interação entre pares e com adultos, em situações favoráveis e inovadoras de aprendizagem e com uso pedagógico apropriado das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), pode levar as crianças a desenvolverem comportamentos colaborativos e autô-nomos de aprendizagem, benéficos para seu desenvolvimento intelectual e sócio-afetivo. Nossa hipótese é de que ambientes de aprendizagem computacionais tendem a ser eficazes para esta aprendizagem, pois possibilitam a mediação entre o sujeito e o objeto do conhecimento a ser construído, conforme sugerem os aportes das teorias construtivista e sócio-interacionista. O objetivo de nossa pesquisa é compreender como ocorrem estes "novos modos de aprender" que já vêm se desenvolvendo, à revelia da escola e, de modo geral, ignorados por professores e especialistas, desde que as crianças começa-ram a aceder à televisão e aos videogames e se amplificaram e complexificaram com o acesso e uso lúdico do computador e da internet.Palavras-chave: TIC e aprendizagem. Autodidaxia. Aprendizagem colaborativa e cooperativa.
ResumoO texto parte da análise da experiência dos primeiros anos de implementação do Programa TV Escola em Santa Catarina para propor uma reflexão sobre o uso educativo e pedagógico das tecnologias de informação e comunicação (TIC). A integração dos meios de comunicação mais contemporâneos aos processos educacionais é tarefa urgente e necessária pois essas técnicas já estão presentes em todas as esferas da vida social. Já não se discute mais se a integração deve ser feita ou não, desde que a disseminação da informática pôs a escola perante o desafio de uma nova linguagem presente na sociedade, não só no mundo do trabalho, mas também no lazer e na cultura, e ausente da escola. No entanto, a prática pedagógica inovadora utilizando as TIC esbarra num obstáculo importante: a formação de professores, que ainda ignora em grande parte esses temas. A TV Escola surge como uma política efetiva com o objetivo de melhorar e atualizar essa formação. Busca-se, neste trabalho, compreender e explicar as formas de utilização das mensagens da TV Escola e as razões da persistência de usos inadequados do meio como ferramenta pedagógi-ca, tanto para auto-formação de professores à distância quanto na utilização de mensagens televisuais como material didá-tico em sua prática docente. O estudo mostra que a integração do meio televisual no espaço escolar, em sua dupla dimensão de ferramenta pedagógica e objeto de estudo, ainda encontra dificuldades, embora a televisão seja o meio de comunicação mais freqüen-tado por professores e estudantes. Palavras-chaveEducação a distância Formação de professores Televisão educativa.
A pergunta é: existe uma maneira de libertar os homens da fatalidade da guerra? É sabido que, com o progredir da ciência moderna, responder a esta pergunta tornou-se uma questão de vida ou de morte para a civilização por nós conhecida; e no entanto, apesar de toda a boa vontade, nenhuma tentativa de solução deu qualquer resultado visível. (...) Concluindo: falei até agora só de guerras entre Estados, ou seja, de conflitos internacionais. Mas estou perfeitamente consciente do fato que o instinto agressivo também se manifesta de outras formas e em outras circunstâncias (penso nas guerras civis, por exemplo, em certa altura devidas ao fanatismo religioso, hoje a fatores sociais; ou ainda às perseguições de minorias raciais).(Albert Einstein, Carta a Freud, julho de 1932) O senhor admira-se do fato de que seja tão fácil entusiasmar os homens para a guerra e suspeita de que algo, uma pulsão de ódio e de destruição, atua neles, facilitando tal incitamento. Mais uma vez, não posso senão partilhar sem restrições sua opinião. (...) Ora, as atitudes que nos foram impostas pelo processo da cultura são negadas pela guerra do modo mais cruel e, por isso, erguemo-nos contra a guerra; não a suportamos mais, e não se trata aqui de uma aversão intelectual e afetiva; em nós, pacifistas, agitase uma intolerância constitucional, por assim dizer, uma idiossincrasia elevada ao máximo. E parece que as degradações estéticas da guerra contribuem para nossa rebelião em não menor grau do que suas atrocidades. (...) Por agora só podemos dizer: tudo o que fomente a evolução cultural atua contra a guerra. (Sigmund Freud, Carta a Einstein, setembro de 1932)
Prólogo, como não poderia deixar de serApresentar Debord e sua obra, tão complexa e polêmica, é um grande desafio que só se explica pela convicção de que é extremamente importante evocar a radicalidade de seu pensamento e de suas ações e pôr em evidência seu caráter autenticamente revolucionário, na tentativa de lembrar a permanência e validade das idéias subversivas que o espetáculo quer a todo custo nos fazer esquecer.Os leitores brasileiros já dispõem das duas principais obras de Debord (1991, 1997) e também do melhor livro publicado na Europa sobre ele (Jappe, 1999). Falta-nos, no entanto, acesso a suas outras criações poéticas, filosóficas ou cinematográficas, bem como a informações sobre o contexto cultural e polí-tico que permite compreender seu verdadeiro significado. Sua obra é vasta e variada, ousada e revolucionária, e completamente fora dos padrões acadêmicos. Aliás, Debord detestava tudo o que é estabelecido, abominava a "recuperação", pelo sistema mercantil, de formas e conceitos artísticos arrojados, como o surrealismo, por exemplo, e pregava a superação da própria arte.Então, o prazer de revisitar as propostas revolucionárias de Debord e seus companheiros da Internacional Situacionista foi temperado por um vago sentimento de culpa, por recuperar Debord para o "sistema" das mercadorias e trazê-lo à academia. A certeza, porém, de que este é um fórum legítimo de discussão, que busca compreender o processo de formação de pessoas livres, no contexto da sociedade do espetáculo, redime esta autora do pecado de traição.Intelectual irrecuperável pelo sistema midiático, crítico ferrenho do marxismo oficial economicista e determinista, que ele pretendia superar ressignificando * A autora agradece ao professor Jean-Luc Rosinger pelo acesso à sua biblioteca situacionista.
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