Este artigo desenvolve considerações acerca do ensino e da pesquisa em Psicanálise na Universidade. A existência da Psicanálise de orientação lacaniana na América Latina tornou-se cada vez mais forte, seja por sua contínua atividade formadora nas escolas de Psicanálise, seja por sua intensa produção editorial e também pela sua numerosa presença na Universidade – como o lugar onde os diferentes saberes são confrontados. Considerando que toda pesquisa no campo da Psicanálise é clínica, e toda clínica em Psicanálise é do mal-estar, é essa a crucial noção para entender que há sempre um real em jogo, impossível de simbolizar, e isso é de estrutura. Tendo sido criada por um desejo de Freud de ajudar a diminuir a dor da alma, em sua proposta de troca do sofrimento neurótico pela infelicidade banal, o artigo pretende verificar o lugar da Psicanálise na Universidade a partir de seu trabalho sobre os restos deixados de lado pela ciência moderna que, ao mesmo tempo, cria a condição de possibilidade para sua existência. Considera-se a Psicanálise filha da ciência moderna, mas uma filha bastarda, ao mesmo tempo íntima e estranha, que lida com os dejetos dela, a ciência. Tendo a ciência excluído o sujeito de seu campo, é à Psicanálise quem cabe acolhê-lo em seu mal-estar.
Este artigo propõe um percurso pelos aspectos do Isso (Id) como destacados por Georg Groddeck e apresenta reflexões sobre articulações possíveis entre os pensamentos groddeckiano, freudiano e lacaniano. Ressaltam-se as ideias originais de Georg Groddeck sobre linguagem e símbolos inconscientes na investigação das doenças psicossomáticas num esforço constante de aplicá-las à psicanálise. Em sua clínica, resistência e transferência foram consideradas decisivas para a substituição da linguagem da doença pela da saúde.
Este artigo pretende refletir sobre as falas dos sujeitos em tratamento psicanalítico durante a pandemia de COVID-19 pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) e, para tanto, elegeu alguns significantes que se impuseram à escuta dos psicanalistas ao longo do tempo.
Embora a homossexualidade não esteja mais no rol das psicopatologias, em muitos países ainda é considerada crime, passível de punição que chega à pena de morte. O avanço na conquista dos direitos homoafetivos trouxe, na mesma medida, o aumento do ultraconservadorismo, expresso em violência. Para Freud, a homossexualidade é tão enigmática quanto a heterossexualidade, mas a crença na complementaridade sexual - impossível para a psicanálise - talvez seja um fator que leve muitos transexuais a buscar harmonizar sexo e gênero. Autoidentificados como homossexuais antes de se dizerem transexuais, a escuta desses sujeitos revela que a adequação do corpo transexual pode estar a serviço da homofobia cultural e internalizada do próprio homossexual. Seria a demanda transexual de corresponder o corpo à alma uma tentativa subreptícia de negação da homossexualidade na contemporaneidade?
Este artigo pondera sobre a experiência da pesquisa “Psica- nálise Aplicada e a Prática na Comunidade”, a partir dos atendimentos clínicos oferecidos aos policiais do 10º Batalhão de Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro. Nele pensamos as características particulares do tratamento psicanalítico com policiais, para entender a contingencialidade do manejo possível para o traumático, de forma que se acolha o excesso de gozo presente no testemunho que os policiais trazem sobre seus sintomas e passagens ao ato.
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