Na perspectiva de contribuir com discussões no campo da formação humana e das possibilidades de construção da qualidade social dos processos educacionais, este estudo estrutura-se nos moldes de um ensaio teórico que tem como pressuposto basilar práticas interculturais que buscam a equidade a partir de reflexões acerca das relações étnico-raciais na Educação Básica e no Ensino Superior. O objetivo deste ensaio é compartilhar ações de ensino, pesquisa e extensão no âmbito do município de Naviraí, interior do Estado de Mato Grosso do Sul (MS), com base em práticas de projetos desenvolvidos tanto pela Gerência Municipal de Educação e Cultura (GEMED) quanto na Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul -(UFMS). Para este fim, tomamos como ponto de partida, a título de contextualização e ilustração, a descrição das potencialidades de duas propostas de estudos por nós realizadas anteriormente, as quais visaram promover ambientes formativos e fomentar discussões teórico-metodológicas acerca das relações étnico-raciais, a saber: 1) o projeto de ensino "Ciclo de cinema: dimensões da luta pela igualdade racial"; e 2) a atividade curricular de extensão universitária "Infância, Interculturalidade e Etnomatemática na Educação Infantil: o atendimento à criança indígena". No escopo das atividades mencionadas, o eixo catalisador que as fundamentaram, em termos de encaminhamentos, revelam caminhos promissores que acreditamos, na condição de professores-pesquisadores, somar esforços para consolidação de argumentos que fincam estacas do campo pessoal e profissional dos envolvidos diretamente aos processos de ensino e elementos reflexivos da pesquisa e extensão universitária propiciadas ao público-alvo e seus respectivos implementadores. Face a conclusão, defendemos que atividades como as aqui relatadas identificam problemas ainda abertos no cenário histórico-social-político vivenciados pela população brasileira frente às "duras lutas" para garantia do direito e acesso à educação, como Direito Humano, historicamente negado aos grupos étnicos-raciais considerados a minoria.
O artigo objetiva discutir contribuições da pesquisa em Psicologia da Educação Matemática e suas potencialidades quando esta tem como foco a formação inicial de professores dos anos iniciais. Para tanto, apresentaremos as ações que estão sendo desenvolvidas no projeto de pesquisa "Implicações da prática investigativa na mudança de atitude e crença de autoeficácia em relação à Matemática no curso de Pedagogia". A primeira ação, consiste no mapeamento de teses e dissertações que correlacionem o conceito de "atitude" com a formação de professores. A segunda, pretende compreender em que medida a pesquisa de trabalho de conclusão de curso (TCC) contribui para a constituição da identidade de professoras em seus primeiros anos de docência. Centrada em uma abordagem qualitativa, a produção de dados se deu no contexto de dois planos de trabalho do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC/CNPq/UFMS). Os resultados deste estudo trazem indícios de que há poucos estudos em Psicologia da Educação que tenham como foco o conceito de atitude e formação de professores. Também há indícios da contribuição do desenvolvimento do TCC na área de Educação Matemática para ampliação do repertório didático-pedagógico, como também para a superação das dificuldades decorrentes dos ritos de iniciação.
Este artigo objetiva relatar as experiências vivenciadas e os estudos realizados na primeira etapa do projeto de extensão Infância, Interculturalidade e Etnomatemática na Educação Infantil: o atendimento à criança indígena, promovido pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Campus de Naviraí, no ano de 2018. Elegeram-se como referenciais teóricos: documentos e produções científicas sobre os temas da Interculturalidade na educação e elementos da história e da cultura das etnias Kaiowá e Guarani que vivem em Mato Grosso do Sul (MS). A produção de dados parte de informações obtidas via respostas de um questionário, com questões abertas e fechadas, desenvolvido junto a um grupo de professoras da rede municipal de educação local, as quais foram público-alvo da ação extensionista. As informações coligidas inicialmente por este instrumento permitiram fazer inferências tanto quantitativas quanto qualitativas. No contexto dos encontros do curso, foi possível evidenciar dados para a compreensão, especificamente, sobre processos comportamentais e relacionais entre professoras e as crianças indígenas matriculadas na Educação Infantil. As informações obtidas e apresentadas neste artigo detalham impressões de um ambiente intercultural, exercício reflexivo à questão do atendimento de crianças indígenas no contexto educacional urbano. Diante dos dados e resultados da experiência em pauta, concluímos em defesa da necessidade de investimentos em estudos aprofundados na questão e levantamos a importância de considerar a cultura híbrida como um caminho para não aculturação da infância indígena.
Compreender em que medida a pesquisa de trabalho de conclusão de curso, desenvolvida na licenciatura em Pedagogia, contribuiu para a prática pedagógica de uma professora que ensina Matemática em seus primeiros anos de carreira é o objetivo deste artigo. A investigação classifica-se como qualitativa, com análise interpretativa. A produção de dados deu-se a partir de uma entrevista semiestruturada com uma docente que atuava em uma instituição pública de ensino no interior do Estado de Mato Grosso do Sul. Os resultados evidenciaram que o TCC em Educação Matemática, mobilizou elementos relacionados a construção do início da carreira, tais como: a) mudança de atitude em relação ao conhecimento matemático; b) desenvolvimento de autonomia profissional, perante o papel da pesquisa na formação inicial, incentivando para a formação continuada; c) superação do "choque com o real" no início da docência e; d) a mudança de atitudes, dado que possibilitou uma abordagem da Matemática de forma lúdica.
Relatamos resultados de uma investigação que teve como base analisar as contribuições de uma ação de extensão à formação continuada de professor@s. Objetivou-se compreender quais são os impactos deste curso à promoção de práticas pedagógicas que valorizem a Interculturalidade na perspectiva da Etnomatemática. Elegeu-se como referencial teórico, documentos e produções científicas sobre as temáticas-chaves da discussão em uma ampla relação com a cultura indígena. Para a produção dos dados, adotou-se uma descrição e análise do percurso vivenciado pelo grupo de cursistas, bem como de um roteiro de entrevista semiestruturado realizado com duas colaboradoras. As impressões da realidade educacional evidenciam que existem algumas barreiras para que o atendimento à infância indígena se faça de forma mais inclusiva, uma vez que, a cultura escolar ainda insiste em abordagens estereotipadas sobre os modos de produção e de vida das etnias
A formação de Professores Indígenas (PROIND), no Brasil, a partir da década de 1980, tem se constituído em um campo fértil e rico de pesquisas, refletindo a luta de vários setores da sociedade em prol dos direitos dos povos indígenas. Neste estudo, desenvolvemos uma pesquisa quantiqualitativa do tipo estado do conhecimento no campo da formação de PROIND, motivada pela seguinte questão: o que foi produzido nos últimos dez anos sobre a temática. O levantamento foi realizado com base nos descritores “formação de professores indígenas” e “licenciatura intercultural”, no Portal de Periódicos da CAPES e na base de dados BDTD, entre 2009 e 2019. Os resultados do estudo evidenciam múltiplas temáticas relacionadas a: saberes tradicionais e conhecimento escolar; Matemática; interculturalidade; história dos povos indígenas; implementação de curso intercultural; depoimento de coordenadores, professores, licenciandos e egressos sobre os modos de produção e hierarquia dos conhecimentos ditos “científicos” sobre os conhecimentos tradicionais indígenas; políticas públicas acerca da formação de PROIND; currículo intercultural com foco na realidade; relação teoria e prática e oficinas de estudo.
Relatamos dados de uma investigação cujo o objeto fora ações desenvolvidas no âmbito de um projeto de extensão promovido pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS, Campus Naviraí. Trata-se do curso Infância, Interculturalidade e Etnomatemática na Educação Infantil: o atendimento à criança indígena, em que o público-alvo fora professoras que tinham crianças de duas etnias (Guarani e Kaiowá) matriculadas nas instituições em que trabalhavam. Objetivou-se compreender impactos deste à promoção de práticas pedagógicas que valorizem a Interculturalidade na perspectiva da Etnomatemática desde a infância. O referencial teórico contempla documentos e produções sobre as temáticas-chaves da discussão em uma ampla relação com a cultura indígena. A metodologia se enquadra na descrição e análise prévia de respostas ao questionário desenvolvido no encontro inicial. As questões analisadas apontam para a existência de algumas barreiras para que o atendimento à infância indígena se faça de forma mais inclusiva, uma vez que, as docentes declararam, por exemplo, a língua nativa [Guarani] como fator determinante às dificuldades no processo de exploração das noções matemáticas, justamente por não compreenderem os termos adotados pelas crianças.
Analisamos representações sociais acerca da Matemática, em uma leitura semiótica, presente em memes que circulam na internet e/ou redes sociais. Na interpretação constituída, partimos do pressuposto de que a forma de representação "de" e "sobre" Matemática contribui, mesmo que ingenuamente, para o fortalecimento de estereótipos e estigmas de como as pessoas se relacionam com este campo de conhecimento. Em termos de referenciais teóricos, buscamos correlacionar a teoria das representações sociais com o ideário que naturaliza as dificuldades como sendo algo comum e, portanto, passível à todos. A metodologia, de abordagem qualitativa, em uma análise semiótica dos signos, sentido e significados implícitos nas imagens dos memes se coloca como fundamento para descortinar as formas de pensamento e ideário social da relação das pessoas com a Matemática. Com base na experiência analítica aqui compartilhada, enfatizamos que apesar do modo irônico que nos convida a rir, os memes acabam por contribuir para uma visão cristalizada de que a Matemática é para poucos. Em síntese, a linguagem deste gênero releva representações que a sociedade tem do que seja aprender (ou não), bem como ainda que saber Matemática envolve, no modelo escolar capitalista-excludente, uma relação de poder.
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