As representações sociais comportam dimensões históricas, sociais e culturais, que se manifestam na tomada de decisão e nas ações no cotidiano escolar. Portanto, entender as representações dos múltiplos protagonistas do/no contexto escolar como dimensões da complexidade do fenômeno no cotidiano escolar, significa entender a escola, ela em si mesma, como complexa. Nesta perspectiva, foram analisadas as representações sobre as violências que se manifestam no cotidiano escolar, com o propósito de favorecer uma melhor compreensão sobre este fenômeno e subsidiar formas de redução e prevenção. A pesquisa ISSN 1518-3483 Rev. Diálogo Educ., Curitiba, v. 9, n. 28, p. 467-480, set./dez. 2009 Licenciado sob uma Licença Creative Commons Rev. Diálogo Educ., Curitiba, v. 9, n. 28, p. 467-480, set./dez. 2009 468 EYNG, A. M.; GISI, M. L.; ENS, R. T. Rev. Diálogo Educ., Curitiba, v. 9, n. 28, p. 467-480, set./dez. 2009 foi realizada em duas etapas, a primeira etapa em 2006 e 2007, com 728 alunos(as) de ensino fundamental e médio e 57 professores(as) em sete escolas públicas do Estado do Paraná, mediante o método das evocações. A segunda em 2008, numa escola pública estadual de grande porte com pais, alunos, professores e profissionais pedagógicos e administrativos – agrupados como funcionários. Os dados foram obtidos mediante realização de entrevistas estruturadas. Os dados evidenciam que o fenômeno das violências nas escolas é percebido de modo diferente pelos diferentes protagonistas, o que pode estar associado ao fato deste fenômeno, não ter se constituído, em âmbito geral, nas escolas, em uma questão para análises coletivas e proposição de ações conjuntas. E pelo fato das representações sociais estarem fortemente ancoradas em concepções que são próprias de cada grupo social e do seu contexto. Assim cabe chamar a atenção para a necessidade de um maior aprofundamento da discussão coletiva, da definição de posicionamentos e estratégias de ação compartilhadas. E, em especial, a inserção dessa temática em cursos de formação inicial e continuada de professores para a educação básica.
O direito à educação de qualidade social viabiliza-se a partir do estreito e permanente diálogo entre os pressupostos do currículo pós-crítico e da avaliação emancipatória. Com base nesse pressuposto, consideramos, para análise, a relação entre políticas de currículo e avaliação, considerando a questão: que concepções sobre currículo e avaliação transitam no espaço escolar e que efeitos produzem no jogo de forças que atuam mantendo práticas conservadoras no espaço escolar? A análise se baseia em elementos teórico-metodológicos advindos de pesquisa bibliográfica em diálogo com dados empíricos, cuja coleta foi realizada via aplicação de entrevistas individuais estruturadas com crianças e adolescentes. Na discussão, são contempladas a avaliação emancipatória, inspirada em Saul (1988), e a perspectiva pós-crítica do currículo, referendada em Silva (2009) e Eyng (2010), que se perfilam entre os condicionantes da garantia do direito à educação, conforme Santos (2010), Estevão (2013), como parâmetro à qualidade social, segundo análise de Silva (2009). Os requisitos da educação de qualidade social incluem currículos interculturais avaliados de forma emancipatória. A garantia do direito à educação, como possibilidade emancipatória, requer uma política contra-hegemônica, considerando a efetivação da qualidade social para todos e todas.
A análise, nesse artigo, propõe uma reflexão sobre as relações entre as políticas educacionais e a convivência escolar, trazendo para a discussão a triangulação entre dados empíricos, traços da legislação educacional recente e argumentos de autores contemporâneos. O estudo enfatiza as contradições entre diretrizes políticas de currículo e avaliação, pois enquanto para o currículo o princípio é a diversidade, a avaliação está marcada pelos traços da padronização. Nesse sentido, indagamos de que modo os princípios e práticas da diversidade e da padronização incidem na convivência no contexto escolar? Os resultados apresentam indícios de tensões, divergências e possíveis conflitos que pautam as percepções e ações de professores e estudantes no cotidiano escolar. É possível constatar que os professores ainda se pautam preponderantemente em concepções que dificultam a superação das práticas de hierarquização e subordinação nas relações pedagógicas que se manifestam na convivência escolar.
ResumoA garantia de direitos constitui-se na principal via para a superação das violências nas escolas. Tal proposição supõe trabalho em rede e requer esforços conjuntos. Embora a escola se constitua em espaço estratégico na efetivação da rede, as ações protagonizadas a partir da e na escola são ainda frágeis. Essa constatação motiva o estudo aqui relatado, que investiga as percepções de gestores escolares, professores, pais e conselheiros tutelares sobre a rede de proteção na garantia de direitos de crianças e adolescentes. A apresentação e a discussão dos dados empíricos são analisadas abordando as tensões entre violências e garantia de direitos nas escolas e a rede de proteção na garantia de direitos. Os resultados do diagnóstico, apresentado nesse estudo, permitem esboçar ações estratégicas, no fortalecimento dos sujeitos para as múltiplas configurações que o trabalho de proteção e garantia de direitos demanda a partir da escola.Palavras-chave Políticas Educacionais; Violências nas escolas; Garantia de direitos; Rede de proteção de direitos IntroduçãoA garantia de direitos constitui-se na via para atenuar e, quiçá, superar as violências nas escolas. Esse desafio, amplo e complexo, lança-se para os diversos sujeitos e setores da escola e da comunidade.
RESUMO: este artigo tem como objeto de estudo a educação em direitos humanos como estratégia para o respeito aos direitos das pessoas com deficiência. Faz referência à construção histórica dos direitos humanos e a contribuição da escola para a efetivação desses direitos hoje assegurados em legislação. A escola é local para propagar uma cultura dos direitos, espaço privilegiado para a convivência em direitos humanos, espaço para compreender e vivenciar a diversidade. Considerando a implementação da política nacional de educação em direitos humanos, foi realizada uma pesquisa junto a 18 professores e gestores de educação básica, que atuam em escolas que possuem alunos incluídos, sobre a percepção existente a respeito da efetividade da legislação vigente que trata dos direitos das pessoas com deficiência. Os resultados evidenciam um discurso que contempla a defesa dos direitos ao mesmo tempo em que demonstra a fragilidade da prática quando relacionada à legislação vigente. Para uma mudança, a escola necessita educar-se para os direitos humanos e todos os envolvidos no processo educativo devem construir coletivamente projetos que possibilitem a vivência dos direitos humanos. Educação inclusiva como garantia de direitos é muito mais do que estar na escola, é contribuir para a igualdade das condições de vida.
Este trabalho considera as interferências das mudanças ocorridas nas sociedades contemporâneas na profissão docente, em especial, em relação à valorização do professor e sua permanência na profissão. A pesquisa tem como base as representações de professores do Ensino Fundamental II sobre continuar ou não na profissão, e, para isso, tomamos inicialmente o contexto da formação docente no Brasil, em relação à valorização e à profissionalização do professor, para subsidiar a análise das representações dos professores. Os resultados indicam que as representações sobre a profissão relacionadas à não permanência decorrem de problemas como: desvalorização, baixos salários, dificuldades em relação ao comportamento dos alunos e falta de condições de trabalho para o exercício da profissão, em razão do pouco investimento na educação. Tais questões podem ser motivo da diminuição da procura pela docência na Educação Básica e da grande evasão dos cursos de licenciatura. Os professores que pretendem continuar na profissão revelam razões atreladas a aspectos afetivos, sem uma análise crítica dos aspectos políticos e da falta de condições objetivas de trabalho.
A presente pesquisa analisa as “Políticas de formação de professores: o que indicam as representações sociais de alunos de licenciatura em Pedagogia e Biologia dos primeiros anos, sobre o trabalho do docente”, buscando compreender os seus elementos constituintes. Os dados foram obtidos mediante aplicação de questionário junto a 100 licenciandos, sendo 64 do curso de Pedagogia e 36 do curso de Biologia. Os dados analisados, com base no aporte das representações sociais e políticas educacionais, indicam aproximações entre as representações enunciadas pelos estudantes e as possibilidades e limitações da profissão professor já históricas, analisadas por diferentes estudos. Dentre as possibilidades, está o compromisso com a formação de bons profissionais, que poderão gerar mudanças na sociedade, outra visão de mundo, novos desafios. As limitações da futura profissão estão voltadas aos baixos salários, pouco reconhecimento e descaso sobre o que é ser professor.
O objetivo desta investigação é compreender as relações entre as políticas de formação de professores e as representações sociais de estudantes de Pedagogia sobre o trabalho docente. A análise do trabalho docente, a partir das representações de estudantes de um curso de Pedagogia, contemplou as razões que levaram os estudantes a escolher esse curso e como veem sua vida futura como profissional. As diretrizes políticas têm importância na construção da imagem do pedagogo ao especificarem as suas funções profissionais e, neste caso, elas reforçam a função da docência como central, pois embora a gestão e a pesquisa estejam contempladas, não são essas atividades que caracterizam a profissão do pedagogo. Nas representações do grupo de estudantes se evidencia uma mescla entre traços positivos e negativos na configuração da imagem que revelam, prevalecendo uma imagem idealizada sobre a profissão. A ênfase na docência, hoje presente nas Diretrizes Curriculares Nacionais e, também, nos dados coletados com os estudantes, pode ter o seu enraizamento mais relacionado à representação da profissão presente na sociedade e ao fato de que a maioria dos participantes já exerce a docência na educação infantil e pode ser motivada, também, pelo fato de as Diretrizes Curriculares Nacionais serem ainda recentes, pois as demais atividades dos pedagogos, indicadas nessas diretrizes, não foramsignificativas nas respostas. Dentre essas atividades estão: formação continuada; trabalho com a diversidade cultural no currículo; atuar com diversos grupos étnicos, raciais, pessoas com deficiência, violência e bullying, etc.
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