Resumo Objetivou-se neste estudo analisar o matriciamento em saúde mental a partir das práticas e concepções trazidas pelas equipes de referência, equipes matriciais e gestores a respeito da temática. Para tanto foram realizadas entrevistas semiestruturadas com 41 participantes, dentre eles 11 gestores, 12 profissionais de equipes de referência das Unidades de Saúde e 18 profissionais de equipes matriciais dos Centros de Atenção Psicossocial, além de 110 horas de observações das práticas matriciais com registros em diário de campo. Os dados foram submetidos a análise de conteúdo. A partir das informações trazidas pelos participantes destacaram-se dois grupos de entendimentos sobre Matriciamento: Matriciamento como possibilidade de encontro produtivo entre equipes de saúde e Matriciamento como estratégia de formação em serviço. Tais concepções foram discutidas em contraposição aos dados trazidos das observações do cotidiano desta prática. A partir daí foi possível apreender a necessidade de criação, sistematização e fortalecimento de espaços de diálogo entre equipes de referência, equipes matriciais e gestores para a consolidação do matriciamento.
RESUMO. Esta pesquisa focalizou a realidade de trabalho de técnicos de enfermagem do setor de oncologia de um hospital de Vitória-ES. A nossa hipótese foi que o cenário de múltiplas demandas-com profissionais que vivenciam uma expectativa constante de situações de emergência e de concentração de pacientes graves, sujeitos a internações prolongadas, isolamento e mudanças súbitas no estado geral-contribui para a criação de um ambiente de trabalho que gera sofrimento psíquico no trabalhador. Para a coleta dos dados utilizamos a técnica de observação participante e entrevista semi-estruturada. Os dados foram analisados segundo metodologia qualitativa. Os resultados encontrados indicam que estes fatores combinados contribuem para a criação de um ambiente de trabalho que se caracteriza como estressante e gerador de uma atmosfera emocional comprometida, evidenciando a necessidade de se criarem espaços onde se possa falar dos mais variados sentimentos que decorrem da rotina de trabalho e causam sofrimento psíquico.
RESUMO -Este estudo descreve uma Análise Comportamental do Discurso (ACD), apresenta seus fundamentos e um método para efetivá-la, inferido de O Comportamento Verbal, de Skinner. Propõe a tese de que a ACD possa ser uma vertente de Análise do Discurso (AD), devido aos seus fundamentos epistemológicos: anti-mentalismo, anti-realismo e contextualismo. Discurso é um conjunto de comportamentos verbais sob controle das contingências de reforço (históricas e atuais) cujo sentido advém desse controle. Ao construir seu discurso, o falante combina operantes essenciais (mandos e tatos) em grupos temáticos intraverbais (emitidos às vezes como se fossem tatos) que são modifi cados com autoclíticos apropriados.Palavras-chave: análise do discurso; comportamento verbal; psicologia social comportamental. Behavioral Analysis of Discourse: Basis and MethodABSTRACT -This study describes a Behavioral Analysis of Discourse (BAD). It presents the basis of BAD, describing a method to effect it, inferred from Skinner´s Verbal Behavior. It proposes that BAD could be a modality of Discourse Analysis (DA) due to its epistemological basis: anti-mentalism, anti-realism and contextualism. Discourse is a set of verbal behaviors under the historical control and current contingencies of reinforcement, whose sense come upon that control. In the point of constructing his/her discourse, the speaker combines essential operants (commands and tacts) in intraverbal thematic groups (sometimes emitted as if they are tacts) that are modifi ed with appropriated autoclitics.Key words: discourse analysis; verbal behavior; behavioral social psychology. Diferentes movimentos teórico-metodológicos modifi caram o foco de interesse das pesquisas na Psicologia Social. Algumas historiografi as dessa área (Banchs, 1988;Lane, 1995;Spink & Frezza, 1999) descrevem o impacto desses movimentos nos alvos de investigação dos psicólogos sociais: "percepção", "atitudes", "crenças", "cognição", "representação social", "construções sociais" e, mais recentemente, "discursos". Seja como for, o "dado" da pesquisa psicossocial tem sido basicamente o que as pessoas dizem acerca da realidade social e isso demonstra o importante papel do comportamento verbal no estudo dos processos psicossociais.Teun van Dijk (2004) especifi ca as origens de parte dessas transformações, apontando, nas Ciências Sociais, um crescente interesse no estudo do "uso da linguagem" em conversas. Esse movimento -que ele chamou de "giro discursivo" -vem substituindo a abordagem formal e abstrata da gramática de uma língua pelo "estudo do discurso". A concepção básica dos integrantes desse movimento pode ser assim sintetizada: 1) o conhecimento que as pessoas têm está em seus discursos; e esse conhecimento é compartilhado socialmente entre comunidades; 2) discursos não podem ser isolados do "uso da linguagem", pois "a linguagem, o discurso e o conhecimento são essencialmente sociais" (Dijk, 2004, p. 9).Foi essa concepção básica que deu origem à Psicologia Social do Discurso que, segundo Dijk (2004), adota uma p...
Resumo Objetivou-se com este estudo conhecer as práticas de cuidado integral ofertadas às pessoas em sofrimento mental, efetivadas nos espaços das Unidades de Saúde da Família (USF) em uma região de saúde do município de Vitória, Espírito Santo, bem como apontar as dificuldades e possibilidades enfrentadas pelos profissionais de saúde no desenvolvimento dessas práticas na Atenção Básica. Para tanto, foram realizadas seis sessões de grupo focal, uma sessão em cada uma das seis Unidades de Saúde pesquisadas; em seguida, identificadas as Unidades que referiam realizar ação de cuidado integral, foi utilizada a técnica da observação sistemática para acompanhamento de tais ações e realizada entrevista semiestruturada com os profissionais responsáveis por essas práticas. São grandes as dificuldades enfrentadas no sentido de fazer valer uma inserção efetiva destas pessoas em sofrimento mental nos espaços das Unidades de Saúde para um cuidado integral. Contudo, na tentativa de garantia de acesso destas pessoas à Atenção Básica, com vistas ao acolhimento, à escuta qualificada e ao cuidado em saúde, houve resultados no sentido de ampliação de autonomia e inserção social dos sujeitos participantes.
Resumo: Objetivou-se neste estudo investigar as concepções do psicólogo da atenção básica sobre o apoio matricial em saúde mental e as consequentes repercussões de tais entendimentos para sua prática neste nível de atenção, em uma realidade municipal em que se optou por inserir psicólogos em 100% de suas Unidades de Saúde (US) e por afirmar o matriciamento em saúde mental partindo apenas dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Para tanto, foi selecionada uma US de cada uma das seis regiões de saúde do município e realizada entrevista semiestruturada com o psicólogo de cada uma delas, totalizando seis participantes de pesquisa. A pesquisa se utilizou da abordagem qualitativa e da técnica de Análise de Conteúdo de Bardin. São várias as concepções trazidas sobre o matriciamento em saúde mental: prática exclusiva da Psicologia; estratégia envolta a hierarquias e cobranças; proposta favorável ao compartilhamento entre equipes. A partir desses entendimentos compartilhados pelos profissionais de saúde, alguns psicólogos apresentaram dificuldades em afirmar outra prática que não aquela voltada ao atendimento ambulatorial individual, mas também outros conseguiram estabelecer parcerias diversas para o cuidado em saúde, a partir da concepção de que este trabalho requer compartilhamento de saberes, para uma atuação voltada à integralidade. Palavras-chave: Atuação do psicólogo, Saúde Mental, Apoio Matricial, Integralidade em Saúde. The Psychologist's Contribution to the Matrix Support in Mental HealthAbstract: With this study we set to investigate the primary care psychologist's conceptions on the mental health Matrix Support and the consequent repercussions of such conceptions to his practice at this level of attention, in a municipal context where there are psychologists in all primary care units, and where the mental health Matrix Support only begins at the psychosocial care centers ("CAPS"). To reach our objectives, we selected a Health Unit of each one of the six health regions of the city, and conducted semi-structured interviews with each psychologist, totalizing six interviews. The research used a qualitative approach and the Bardin's content analysis technique. With the interviews, we apprehended that there are several different definitions of the mental health Matrix Support, seen as: an exclusive practice of the psychologist; a hierarchical strategy to step up orders; or a proposal that facilitates the sharing between the teams. Some psychologists experienced difficulties differentiating Matrix Support from individual outpatient care, while others managed to establish several partnerships for health care, from the understanding that this work requires knowledge sharing that produces a performance directed to integrality.
Este artigo constitui-se de um estudo de revisão bibliográfica a respeito do apoio matricial em saúde mental. Foi realizada uma busca nas bases de dados da Biblioteca Virtual da Saúde - Lilacs e SciELO - e do Google acadêmico, com as palavras-chave "apoio matricial em saúde mental" e/ou "matriciamento em saúde mental". Foram encontrados 14 artigos com as características desejadas, o que evidencia o número restrito de publicações sobre o tema. Os artigos foram analisados quanto a sua parte estrutural e metodológica, destacando a predominância absoluta do uso do método qualitativo e dos profissionais de saúde como população alvo das pesquisas. Em seguida, estes mesmos artigos foram analisados quanto a suas discussões teóricas. Ressalta-se, dentre outras questões, a importância do apoio matricial para potencialização das equipes da atenção básica no cuidado às pessoas em sofrimento psíquico. Contudo, ainda são muitas as confusões quanto à proposta do apoio matricial e as responsabilidades compartilhadas entre equipes de Referências e profissionais de saúde mental, o que apontam para a necessidade de capacitação destes profissionais, além de uma melhor articulação e organização da rede de cuidado em saúde mental.
A Educação Permanente em Saúde (EPS) afirma-se como uma importante estratégia para mudança de práticas e realidades no trabalho em saúde. Fundamenta-se principalmente no desenvolvimento de espaços democráticos e na construção coletiva de conhecimentos, apoiados nas necessidades do trabalho e/ou da saúde dos usuários. Este estudo objetivou conhecer como tem sido abordada a temática da Educação Permanente em Saúde na literatura científica, de forma a conhecer os entendimentos, potencialidades e impasses relativos à EPS. Para tanto, utilizou-se da Revisão Integrativa, a qual permitiu uma sistematização concisa dos conhecimentos e dados obtidos de estudos empíricos e não-empíricos sobre a temática em questão. Foi observada uma consonância entre os entendimentos presentes na literatura científica e os veiculados pelos documentos oficiais, entretanto compareceu certa dificuldade na distinção dos conceitos de EPS e Educação Continuada (EC). Em relação aos impasses decorrentes da EPS constatou-se dificuldades de ordem institucional, relativas aos processos de trabalho e formação em saúde no Brasil. A EPS destacou-se ainda como ferramenta viabilizadora de mudanças na organização do trabalho, nos modelos de assistência e concepções de saúde, permitindo ao trabalhador o desenvolvimento de autonomia e incremento às habilidades técnicas e relacionais.
O presente artigo consiste em uma revisão integrativa da produção científica da Psicologia no Brasil sobre comportamento suicida de 2006 a 2017. O objetivo é conhecer como o comportamento suicida tem sido abordado nesse campo do saber. Para tanto, foram realizadas buscas de artigos científicos nas bases de dados Scielo e Pepsic, com os descritores “comportamento suicida”, “comportamento autodestrutivo” e “suicídio”. Os resultados apontaram que, entre 2006 e 2010, a produção era escassa e, entre 2011 e 2013, houve um aumento significativo, com o ápice no ano de 2013. Em 2014 e 2016, houve uma nova queda. Os estudos analisados dividiram-se em empíricos e teóricos, entre as abordagens psicológicas utilizadas para as discussões dos artigos, destacou-se a Psicanálise. Conclui-se que, apesar do suicídio ser considerado questão de saúde pública, existe uma escassez de estudos sobre prevenção e intervenções na rede de atenção psicosssocial.
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