Violência Contra a Mulher: Como Os Profissionais Na Atenção Primária À Saúde Estão Enfrentando Esta Realidade?

Abstract

A violência contra a mulher é um grande problema que entra na esfera da saúde por afetar fortemente às mulheres, podendo causar mortes, traumas físicos, agravos mentais, emocionais, espirituais e diminuir a qualidade de vida. Desse modo, o estudo objetiva identificar as formas de assistência prestada pelos profissionais da atenção primaria à mulher vítima de violência no município de Buíque (PE). Trata-se de um estudo exploratório-descritivo, de abordagem qualitativa, desenvolvido junto a 11 enfermeiras que compõem a atenção primária à saúde de Buíque (PE). A coleta de dados foi realizada nos meses de maio e junho de 2017 por meio de entrevista semiestruturada, gravada e transcrita. Por meio da análise de conteúdo, foram identificadas as seguintes categorias: falta de estrutura das unidades, de capacitação dos profissionais e de uma rede de proteção a essas mulheres. Concluiu-se que são necessárias capacitações para os profissionais que compõem as equipes a fim de que eles sejam capazes de ofertar uma assistência integral a essas mulheres.

Violência Doméstica Contra a Mulher No Contexto Da Atenção Primária À Saúde: Revisão Integrativa/ Domestic Violence Against Women in the Context of Primary Health Care: Integrative Review

“…Além deles, Bozzo et al (2017) AMARIJO et al, 2018;). Através da observação e escuta atenta, nas consultas e na visita domiciliar, é possível formar um vínculo de confiança para que a mulher relate a situação de violência ao profissional, e assim iniciem em conjunto a adoção de medidas de enfrentamento do problema (SANTOS et al, 2018;ARBOIT et al, 2018;COSTA et al, 2019).…”

“…Percebe-se que nos discursos de alguns profissionais é possível identificar a naturalização e banalização da VDCM, a qual não necessitaria intervenção por ser algo particular da família e resultado esperado de conflito entre homem e mulher. Além disso, a função da mulher como responsável pelo lar, o pensamento do homem como superior, e a culpabilização da mulher pela violência sofrida, também se fazem presentes nas representações dos profissionais sobre VDCM (SANTOS et al, 2018).…”

“…Estudo realizado com profissionais da APS sobre violência contra a mulher identificou que as usuárias não procuram o serviço pela violência em si, mas para utilizar outros serviços. Apontou-se que o atendimento inicial é feito pelo enfermeiro dessa unidade e que, a depender da situação, encaminha a usuária para outros profissionais da equipe e serviços especializados (SANTOS et al, 2018).…”

“…Em relação à notificação encontra-se em outros estudos na literatura que os profissionais acreditam que ela é facultativa (SANTOS et al, 2018); e é frequentemente confundida com denúncia policial (KIND et al, 2013). Estudo realizado no ambiente hospitalar com enfermeiras constatou que a confusão entre esses dois instrumentos, associado ao não reconhecimento da violência contra a mulher como agravo de notificação compulsória, favorece a subnotificação dos casos (ACOSTA et al, 2017).…”

“…Verificou-se que os encaminhamentos para outros setores nem sempre seguem algum protocolo ou rotina específica, mas são feitos de forma informal, de acordo com Ressalta-se que no ambiente rural a intersetorialidade é essencial para o enfrentamento da situação, tendo em vista que nem sempre as unidades de saúde desses locais possuem o necessário para a oferta de um suporte adequado à mulher (COSTA et al, 2019). Assim, a falta de estrutura da rede intersetorial para o atendimento a violência contra a mulher é um dos fatores que dificulta o enfrentamento da situação, prejudicando a organização da assistência integral (SANTOS et al, 2018), tanto no setor urbano quanto no rural.…”