“…Há uma cultura em sobrevalorizar o diagnóstico e o sintoma da doença mental voltada para um modelo paternalista tradicional, centrado no médico que prescreve, um paciente que obedece, uma equipe multiprofissional sem independência e um sistema que carece de estratégias -Gestão Autônoma da Medicação (GAM), projetos de moradia, capacitação para o trabalho, oportunidades reais de socialização, programas de emprego e renda e incorporação do trabalhador suporte de par como profissional na rede de Atenção à Saúde Mental - 5,6,8,32 que estimulem a autonomia do sujeito, a integração comunitária e a autossuficiência como nas políticas públicas de Saúde Mental internacionais que adotam os conceitos do recovery. No entanto, mesmo havendo carência de tais políticas, foi possível perceber, neste estudo, a presença de modalidades de experiências de recovery compatíveis com as encontradas na literatura internacional, como: autoperceber-se em processo de recovery, ter autonomia, ter uma moradia, ter um trabalho, exteriorizar espiritualidade, ter uma rede de apoio de familiares e amigos, ter serviços de saúde e da assistência social e ter o insigth presente 16,30 As formações discursivas de inserção nas normas vigentes, reconhecimento social pela vida regrada, valorização do controle e supervisão do tratamento, em especial do medicamentoso, evidenciam a presença do modelo biomédico na formação dos profissionais 7 que indicaram os participantes do estudo e dão espaço à formação ideológica representada pelo processo de recovery, que é a reinserção na sociedade de cada sujeito por meio do reconhecimento de sua via de mudança.…”