Uma metodologia para a psicanálise

Abstract

Alain Badiou lamentou a hegemonia contemporânea da álgebra (que lida com números) em detrimento da geometria (que lida com formas e figuras). Seguindo o ideal do cogito cartesiano de recobrimento do ser pelo saber, a ciência tem buscado tudo apreender em termos quantitativos, passível de mensuração. Sabemos também que, classicamente, a universalidade é concebível apenas no apagamento das singularidades. Como pensar, nesse contexto, um sujeito? É possível uma fórmula contemplar conjuntamente o universal (matema) e o singular (a que se refere um sujeito)? Torna-se interessante a progressiva escolha de Lacan em trabalhar com a teoria matemática das categorias que se interessam por setas, ou funções, e as deformações que aí se operacionalizam. Poderíamos aventar que Lacan propõe uma metodologia da transformação, ao forçar a ex-sistência do real como terceiro elemento indissociável da consolidada associação científica do saber com a verdade, forçando a subversão do que seriam esses dois últimos termos.

Methodology in Psychoanalytic Research: From Transference Flows to Lineages of Affiliation

“…According to the author, "the question can no longer be summed up in a clear opposition between the use or non-use of the method, nor between theoretical research or empirical research, much less in a restricted characterization of the clinic" (Campos, 2021, p. 502). França (2015), in turn, argues that Lacan proposes a "methodology of transformation," which contrary to wellestablished a priori steps would seek changes of course. This work is noteworthy because instead of looking for a methodology in the traditional sense, França modifies the way in which we conceive of what a method, prioritizing the events along the way, the changes of route, the transformations that arise in research, rather than the concrete points on a list of stages to be followed.…”

El Psicoanálisis Y Su Lugar Entre Las Ciencias

“…La relectura emprendida por Lacan al cogito Cartesiano trajo consigo no solo la delimitación de concepciones que al pasar al campo del psicoanálisis expresan una realidad distinta, sino también la germinación de ideas tendientes a reformular conceptos incluso dentro del mismo psicoanálisis (Fernández, 1999;Prudente & Ribeiro, 2005;Jardim & Rojas, 2010;França, 2015;Gault, 2015).…”