Pensar e promover o ensino da Matemática com vistas à formação do cidadão, seja na educação básica ou superior, pressupõe explicitar, primeiramente, a intencionalidade desse ensinar, aspectoesse que remete a discussão para a questão da formação profissional docente. Em seu processo de formação inicial, o futuro professor apropria-se de conhecimentos e práticas relativas àMatemática e seu ensino que o constituem professor, isto é, constituem suas concepções, ideologias, intencionalidades e modos de promover a prática pedagógica em sala de aula. Nesseprocesso de formação, o sujeito torna-se professor de Matemática no contexto das experiências formativas vivenciadas, quer sejam atividades focalizadas na promoção da cidadania ou práticasexcludentes e opressoras. Com vistas a superar práticas excludentes em Matemática, surge na década de setenta a Educação Matemática, cuja dimensão profissional propicia uma educaçãoemancipadora, crítica, reflexiva, ou seja, favorece a formação do cidadão. Para tanto, formação docente e formação cidadã precisam articular-se, ao tempo que requerem fomento e regulaçãodas políticas públicas, temática essa central nesse debate. Isso posto, busco, a partir do presente texto, deflagrar reflexões sobre os limites e possibilidades das políticas educacionais no que dizrespeito à formação do cidadão na perspectiva da Educação Matemática.