Carlos Estevão Frimm, ECBC-SP 3João Fava, TCBC-SP 3 RESUMO: Objetivo: O objetivo deste estudo é verificar as variáveis que podem influenciar as complicações pós-operatórias imediatas e a mortalidade hospitalar dos pacientes portadores de câncer do esôfago submetidos a tratamento cirúrgico. Método: Por meio de análise retrospectiva de 60 pacientes verificamos, pela análise uni e multivariada, se variáveis como procedência, tempo de história, doenças prévias, tabagismo, etilismo, perda ponderal, localização do tumor, tipo de cirurgia realizada, estádio da doença e caráter da operação poderiam exercer alguma influência sobre as complicações e os óbitos constatados. Resultados: Verificamos que, em relação às variáveis resultantes, complicações pleuropulmonares, sepse, deiscência de anastomose cervical, mediastinite e óbito, as variáveis explanatórias mais significativas foram, respectivamente: cirurgia paliativa, mediastinite, tumor localizado no segmento torácico superior e sepse. As variáveis explanatórias estudadas não tiveram valor significativo na análise univariada em relação à resultante deiscência de anastomose torácica. Constatamos que, em relação à variável resultante, complicações pleuropulmonares, as explanatórias associadas mais significativas foram: cirurgia paliativa e síndrome da angústia respiratória do adulto (S.A.R.A.). A interdependência dessas variáveis permite afirmar que, nos portadores de câncer do esôfago submetidos à cirurgia paliativa e que desenvolveram S.A.R.A., as complicações pleuropulmonares foram 13,8 vezes mais freqüentes. Conclusão: A cirurgia paliativa e a localização do tumor no segmento superior correlacionaram-se com as complicações pleuropulmonares registradas. Nenhuma das variáveis estudadas correlacionou-se com as deiscências de anastomose intratorácica.
Descritores
INTRODUÇÃOApesar do grande progresso nas áreas afins da cirurgia do esôfago e do esmero técnico dos cirurgiões, as complicações e a letalidade hospitalar no câncer do esôfago continuam elevadas.Em relação às complicações pós-operatórias, independentemente do tipo de cirurgia realizada, as de natureza respiratória e as deiscências de anastomose, associadas ou não à mediastinite e/ou sepse, são as mais freqüentemente referidas na literatura como causas conseqüenciais dos óbitos. [1][2][3][4][5] Os fatores de risco que podem influenciar a ocorrência das complicações pleuropulmonares, das deiscências de anastomose e da letalidade hospitalar, no pós-operatório da cirurgia do câncer do esôfago, são estudados aleatoriamente, tendo como base a casuística pessoal. Entre eles encontramos: idade, sexo, grau de disfagia, doenças associadas, localização e/ou extensão do tumor, tipo histológico, dosagem