Tratamento periodontal básico em paciente com esclerose lateral amiotrófica em âmbito hospitalar: relato de caso

Abstract

A Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) é uma doença neurodegenerativa progressiva de neurônios motores superiores e inferiores sem acometer a atividade intelectual e cognitiva. Relata-se o caso de uma paciente do sexo feminino, 43 anos de idade, com diagnóstico de ELA há cerca de 4 anos, que necessitou de atendimento hospitalar em Unidade de terapia Intensiva - UTI no Hospital Regional Público do Araguaia, com quadro de dispneia e secreção sanguinolenta pela traqueostomia e afebril. O hemograma apresentou baixa dos elementos figurados importantes do sangue como hemácias, hemoglobina, hematócrito e leucócitos. A cultura bacteriológica da secreção traqueal foi positiva para Staphylococcus Aureus. O exame clínico evidenciou grande acúmulo de placa visível e tártaro. No exame periodontal: Profundidade de Sondagem escore de zero (1 sítio com bolsa > = 5 mm). Recessão gengival tipo 1 (sem perda de inserção proximal). Sem mobilidade ou lesão de furca. Quando avaliado o Índice de Sangramento à sondagem escore 2 (10% dos sítios). O procedimento realizado foi a terapia periodontal básica, iniciando pela assepsia com Digluconato de Clorexidina à 0,12%, e raspagem supra gengival. Em seguida, profilaxia mecânica realizada em dois passos: escova de robson com pedra pomes e água; taça de borracha e pasta profilática. Finalizando com aplicação de flúor tópico e hidratação dos lábios com bepantol. Diante disso, entende-se que estes pacientes necessitam de um trabalho multidisciplinar, incluindo o Cirurgião-dentista em âmbito hospitalar e equipe que forneça atendimento odontológico homecare, prevenindo aparecimento e evolução de doenças fúngicas (candidíase oral), PAV e a doença periodontal.

A importância dos cuidados odontológicos em pacientes com Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA): uma revisão bibliográfica

“…Quanto ao atendimento odontológico em âmbito hospitalar, sua realização implica significativamente na qualidade de vida do paciente, uma vez que pode avaliar as alterações orais induzidas pela presença do biofilme, bem como tratá-las consoante à diminuição do acúmulo de placas bacterianas na língua e em toda a mucosa, podendo ainda evitar infecções severas decorrentes das bactérias presentes na cavidade oral e influenciar significativamente na autoestima quanto a sua saúde oral. Dessa forma, pode ser realizado assepsia com Digluconato de Clorexidina 0,12%, avaliação clínica periodontal, raspagem de forma manual e profilaxia mecânica, de forma criteriosa e com cautela, evitando desconfortos ao paciente, uma vez que devem ser observadas suas limitações (Nunes, 2022).…”