Os recentes progressos no tratamento da epilepsia com os diazepínicos têm sido objeto de numerosas publicações nos últimos 8 anos. A importân-cia destes novos agentes terapêuticos é notável, particularmente porque eles se têm mostrado eficientes no tratamento de formas rebeldes de epilepsia infantil, dificilmente controláveis pelos medicamentos de que se dispunha até então.A teraputica da "síndrome de West", caracterizada por espasmos geralmente em flexão e decadência psicomotora rápida e intensa, com traçado eletrencefalográfico muitas vezes do tipo da hipsarritmia, já havia tido grande progresso a partir do trabalho de Sorel e Dusaucy-Bauloye (1958) sugerindo o emprego do ACTH. Os especialistas que empregaram essa terapêu-tica foram concordes em que seus resultados eram realmente surpreendentes e brilhantes, embora alguns casos ainda se mostrassem rebeldes, além de que, não raro, era necessário manter prolongadamente a administração do ACTH, com seus conhecidos efeitos colaterais desfavoráveis. Entretanto, será necessário reconhecer que existem casos da síndrome de West que não se beneficiam com o tratamento pelo ACTH, mesmo quando associado a vários anticonvulsivantes. Sirva para documentar esta afirmação a presente publicação em que são apresentados 34 casos rebeldes a esta terapêu-tica, apesar da mesma ter sido aplicada de maneira intensiva, durante longo tempo, o que não somente deixou de trazer resultados favoráveis sobre as crises como também foi incapaz de prevenir a decadência psicomotora.Os quadros típicos de pequeno mal, "ausência simples", já há longo tempo dispõem de uma terapêutica que pode ser considerada clássica: a associação de Tridione com barbitúricos. Alguns casos mais rebeldes necessitam da associação com outras drogas, tais como sulfato de dexedrina, Diamox e/ou dieta cetogênica. Com a utilização destes recursos terapêu-ticos a maioria dos casos de "ausência simples" é controlável. Há, entretanto, um certo número de casos que não se beneficia com essa terapêu-tica, mesmo quando ela é modificada com o acréscimo de Paradione, Mysoline, Celontin, Zarontin e outros. Separamos de nossa casuística de epilepsia infantil 14 casos com este tipo de evolução, todos com o quadro clínico