Trabalho e saúde-adoecimento de docentes em universidades públicas

Abstract

Resumo: Este artigo analisa os influxos do trabalho na saúde dos(as) docentes, com base em dados oriundos de pesquisa qualitativa, pautada no método crítico-dialético, cujo percurso metodológico incluiu revisão de literatura e pesquisa de campo realizada a partir de questionários e entrevistas semiestruturadas com 16 assistentes sociais docentes de universidades públicas do Rio Grande do Norte, do quadro permanente de programas de pós-graduação stricto sensu. Aborda, inicialmente, as determinações sociais da saúde com foco no trabalho; em seguida apresenta breve caracterização dos sujeitos; e, por fim, analisa a relação entre a situação concreta de vida e trabalho das entrevistadas e o processo de saúde-adoecimento. Os resultados apontam que as condições de trabalho docente nas universidades públicas são desgastantes e incidem no adoecimento destes(as) trabalhadores(as), embora, comumente, os nexos entre a vida laboral e a situação de saúde não estejam formalmente estabelecidos e registrados, e/ou nem sempre sejam visibilizados.

Healthy work environments in the perception of nursing professors and students

“…[23,24] On the other hand, despite the stability in public institutions, professors feel under pressure regarding academic productivity in the areas of teaching, research and extension. [17,25] Teaching work at universities is associated with a series of characteristics that affect the health and physical and mental well-being of nursing professors: -work overload, with demands that continue to invade private lives without moments of detachment and effective neglect; -competitive relationships and productivist demands that capture subjectivities, generating emotional pressure. [5,17,25,26] In addition, it is important to consider the great responsibility that nurse educators have regarding the challenge of the world shortage of professionals, which highlights the new capacities of the educator as a critical factor for a more effective teaching and for a greater impact of the profession on global health.…”

“…[17,25] Teaching work at universities is associated with a series of characteristics that affect the health and physical and mental well-being of nursing professors: -work overload, with demands that continue to invade private lives without moments of detachment and effective neglect; -competitive relationships and productivist demands that capture subjectivities, generating emotional pressure. [5,17,25,26] In addition, it is important to consider the great responsibility that nurse educators have regarding the challenge of the world shortage of professionals, which highlights the new capacities of the educator as a critical factor for a more effective teaching and for a greater impact of the profession on global health. [27] Despite the difficulties imposed by the production modes in the teaching career, in intersubjective meetings relations of solidarity and empathy that promote satisfaction at work and coping with moral suffering emerge.…”

“…There is evidence of illness in the most varied academic spaces, therefore, there is a need to strengthen activities to promote, protect and care for the health of professors and students. [25] Promoting self-care actions favors the balance between work, studies and personal life, developing resilience, offer spaces for sharing and the valuing ideas are possibilities for Healthy Work Environments. [28] Specifically, it would be up to university management to promote institutional projects that offer physical activities, therapeutic workshops, arts and others that promote relaxation, leisure and pleasure, to improve the quality of life of their academic community, in an effectively healthy teaching-learning environment.…”

Teaching work, gender relations and illness

“…Apesar da predominância de investigações que estabelecem associação do adoecimento com os diferentes níveis de ensino ou com o tipo de rede, pública ou privada (Souza, 2018;Vasconcelos & Lima, 2021), é possível encontrar estudos epidemiológicos nos quais se quantifica e são articuladas análises a respeito dos principais agravos de saúde que acometem a população docente (Araújo et al,2019;Nascimento & Seixas, 2020;Penteado & Souza 2019), e ainda, análises relacionadas ao marcador social gênero sobre o impacto da feminização na precarização do trabalho docente (Araújo & Yannoulas, 2020).…”

Saúde mental e trabalho na universidade pública: uma revisão sistemática / Mental health and work at the public university: a systematic review

“…Aos servidores docentes, soma-se a cobrança e a pressão por publicações de artigos e o desenvolvimento de funções administrativas, além das atividades de ensino, pesquisa e extensão. Isto leva ao aumento das demandas de trabalho, apontando para a contínua sobrecarga de trabalho(Vasconcelos & Lima, 2021); e ao desgaste das relações de trabalho, permeadas por conflitos e problemas de gestão das atividades, demonstrando o comprometimento da cooperação e do trabalho em equipe(Nascimento & Daibem, 2020).Essa cultura de valorização de trabalhadores superprodutivos pode ser um dos fatores a propiciar o que chamamos de workaholism. Segundo Schaufeli, Taris e Bakker (2006), o termo workaholism descreve o vício no labor, caracterizado pelo trabalho compulsivo e excessivo.…”