Resumo: O estudo anatomopatológico é, na maioria das vezes, considerado padrão-ouro para esclarecimento diagnóstico de lesões neoplásicas ou inflamatórias de pele. Para que o resultado histopatológico da biópsia de pele seja satisfatório, no entanto, o médico deve estar ciente das razões para fazê-la em seguida de exame microscópico, dos objetivos a serem atingidos e da melhor maneira de se realizá-la, incluindo a escolha da melhor técnica e do melhor local anatômico para se retirar o fragmento de pele, dependendo da doença. Palavras-chave: Biópsia; Microscopia; Pele; Pele/patologia Abstract: Histopathologic study is considered gold-standard for diagnosis of skin lesions, either neoplastic or inflammatory, most of the times. To take the most out of a skin biopsy, physicians should be aware of the reasons for performing the procedure followed by microscopic examination, the objectives to be achieved and the best manner to do the biopsy, including the best technique and best anatomical site for a particular disease. Keywords: Biopsy; Microscopy; Skin; Skin/pathology
DERMATOPATOLOGIA
INTRODUÇÃOAo contrário do que possa parecer, a biópsia com estudo anatomopatológico é processo complexo. A peculiaridade desse procedimento é o número de variáveis envolvidas para que o seu objetivo seja completamente atingido, ou seja, o diagnóstico correto e preciso. Desde o momento em que o dermatologista decide realizar uma biópsia de pele até aquele em que recebe a conclusão da análise microscópica, muitos fatores podem prejudicar o sucesso da biópsia de pele. Decisão quanto ao local anatômico e da lesão de que será colhido o fragmento de pele, escolha da téc-nica de biópsia, identificação, manuseio e fixação do espécime, preenchimento da requisição do exame anatomopatológico, análise macroscópica do fragmento de pele, processamento histológico e confecção das lâminas, estudo microscópico com formulação do diagnóstico, e interpretação do resultado do laudo anatomopatológico são etapas, todas muito importantes, que influenciam diretamente o resultado final.Este artigo foi dividido em duas partes. A primeira tem o intuito de discutir o "porquê" de a bióp-sia de pele ser realizada com estudo anatomopatoló-gico e seu "para que", ou seja, as razões que justificam o procedimento em si. Além disso, a primeira parte introduz o "como" fazer para uma biópsia de pele ser adequada, iniciando pela discussão da importância das informações clínicas que devem acompanhar o fragmento de pele enviado para análise. A segunda parte tem como objetivo completar a abordagem do "como", discutindo a decisão de qual técnica e a escolha de qual lesão e região da pele são mais apropria-