Tendência de Mortalidade por Câncer Gástrico no Nordeste Brasileiro

Abstract

Objetivo: Este estudo tem como objetivo elucidar o perfil de mortalidade por câncer gástrico na região do Nordeste brasileiro, entre os anos de 2000 a 2018. Método: Trata-se de um estudo epidemiológico retrospectivo realizado por meio da recuperação de dados secundários de mortalidade por câncer gástrico na região Nordeste, disponíveis no Atlas On-line de Mortalidade, no site do Instituto Nacional de Câncer. Resultados: No período analisado, foram registrados 50.935 óbitos, sendo 2018 o ano com maior número de óbitos (6,9%). Os estados que apresentaram mais óbitos foram Ceará (24,7%), Bahia (23,4%) e Pernambuco (17,5%). O perfil foi composto predominantemente por indivíduos do sexo masculino (62%), com idades entre 70 a 79 anos (25,9%). Houve associação estatisticamente positiva entre homens e as faixas etárias de 20 a 29 anos, 30 a 39 anos, 40 a 49 anos e acima de 80 anos e entre mulheres e as faixas etárias de 50 a 59 anos de idade, 60 a 69 anos e 70 a 79 anos (p 0,001). Conclusão: Mediante ao exposto, verifica-se que as taxas de mortalidade por câncer gástrico nesta região são consideravelmente elevadas e estão associadas, principalmente, ao diagnóstico tardio da doença. Assim, destaca-se a importância da realização de ações de rastreamento e diagnóstico precoce e a necessidade de avanço dos tratamentos, visando proporcionar melhores prognósticos e atenuação da mortalidade.

Tendência e mortalidade proporcional por câncer de estômago no Centro-Sul de Mato Grosso, Brasil (2010 - 2019)

“…Referente ao sexo, estudos apontaram a predominância dos óbitos por câncer de estômago em homens, e associaram esse fator não apenas a genética como também ao estilo de vida, correlacionando a nutrição com a neoplasia gástrica, a partir da verificação dos hábitos alimentares desregrados, excesso de sódio e nitrato nos alimentos e consumo de alimentos em alta temperatura, que geram danos a mucosa gástrica podendo ocasionar mutações endógenas e consequentemente produzir agentes cancerígenos (Araújo et al, 2021;Chiuchetta & Magajewski, 2020;Lacerda et al, 2014;Silva, 2018;da Silva et al, 2020).…”

“…Com relação a faixa etária, foram encontrados na literatura variações de idades similares aos resultados encontrados no estudo, como a maior ocorrência de óbitos por câncer de estômago na faixa etária entre 60 e 79 anos. Nesse sentido, considera-se que o risco de óbitos pelo câncer gástrico aumenta com o avanço da idade, o que pode ser explicado pela soma das experiências e hábitos potencialmente capazes de produzir disfunção celular e multiplicação atípica (Araújo et al, 2021;Chiuchetta & Magajewski, 2020;Neves et al, 2021).…”

“…Contraditoriamente, em Salvador, observou uma tendência geral de queda nas taxas de mortalidade de 2,31% entre homens e de 2,58% entre as mulheres (Vasconcelos Rêgo et al, 2012). Outros autores também identificaram tendência de redução para ambos os sexos nas taxas de mortalidade por câncer gástrico em outras localidades, além de atribuírem esse fato as melhorias de saneamento básico, mudança nos padrões de conservação de alimentos e melhorias nutricionais por parte dos pacientes (Araújo et al, 2021;Chiuchetta & Magajewski, 2020;Fonseca et al, 2010;Lacerda et al, 2014).…”