Sociedade civil, entre o político-estatal e o universo gerencial

Abstract

O campo dos estudos políticos e sociais não existe sem dissonância. As categorias que se empregam para interpretar a sociedade, a organização política e os fatos culturais, por serem histó-ricas e refletirem sempre um compromisso e uma escolha dos pesquisadores, são muitas vezes fluidas e fugazes.

A participação como princípio da gestão democrática: o debate pós ditadura militar

“…Refluxo de vitalidade e de representatividade, alimentado pela opção preferencial pelas ONGs, cujo número e cuja variedade se multiplicam sem cessar. Nogueira (2003), tomando como parâmetro o conceito de sociedade civil elaborado pelo marxista italiano Antonio Gramsci, dialoga, em seu artigo, com as demais ideias de sociedade civil que hoje buscam se afirmar no panorama político e cultural. Seu principal argumento é que, nas últimas décadas, transitou-se uma ideia de sociedade civil como campo predominantemente político-estatal, palco de lutas democráticas e novas hegemonias, para uma imagem que converte a sociedade civil em recurso gerencial destinado a viabilizar tipos específicos de políticas públicas.…”

Auditing government-nonprofit relations in the Brazilian post-reformist context

“…Secondly, the expansion of the nonprofit sector is seen as a managerial solution related to the state crisis and the neoliberal strategies used to overcome it, but it is also criticized for implying depoliticization -a blurring of boundaries between civil society and the third sector. The fracture of NGO autonomy and their distance from social movements is considered as an indicator of such depoliticization (Dagnino, 2002;Lavalle, 2003;Nogueira, 2003;Teodósio, 2008 The main strategies consisted of relegating state activities to private organizations, through delegation (to the nonprofit sector) or privatization (to the market). The first strategy was defined as publicization.…”

“…SO would promote the growth of a public non-state sector -a redefinition of civil society as a stage of organizations that are public because they deal with general interests, but are also non-state because they are not related to state apparatuses (Bresser-Pereira & Cunill, 1999;MARE, 1995;Nogueira, 2003).…”

Enfoques multitemáticos para a gestão de organizações não governamentais

“…Pelo que se sabe, as ONGs estão cada vez mais assumindo papéis significativos na sociedade e prestando serviços de grande importância para o seu desenvolvimento. As ONGs atuam em um ambiente institucional que não é Estado tampouco é mercado, ocupando um espaço que foi sendo historicamente conquistado pela sociedade civil, constituindo uma terceira esfera, pública e não integrada ao estatal, assentada no livre associativismo dos cidadãos (NOGUEIRA, 2003). No século passado, uma série de conjunturas de crises, reformas e ascensão de movimentos sociais e político -institucionais convergiram tanto para limitar o poder do Estado quanto para abrir caminho para aumentar a ação voluntária organizada (SALAMON, 1998 (1995), existe grande pluralidade de organizações, associações e entidades, integrando o chamado o terceiro setor.…”