“…O desenvolvimento ainda embrionário de alguns aspectos do conceito de superexploração do trabalho em Marini -que acarretou, em determinados momentos, a perda de autonomia relativa do nível concreto diante do abstrato do conceito e da economia mundial diante da economia nacional na definição do valor da força de trabalho -levou alguns de seus mais rigorosos seguidores a incorrerem em explicações idealistas para demonstrar a compatibilidade da superexploração da força de trabalho com o mais-valor relativo. Assim, autores qualificados, como Jaime Osório (2006Osório ( , 2018Osório ( e 2022a e Mathias Luce (2018), recorrem a expedientes como a mudança do valor histórico-moral da força de trabalho para explicar a ampliação do consumo em situação de superexploração, incluindo-a como fator independente, conectado diretamente com o desenvolvimento das forças produtivas, sem relacioná-la de forma ampla com a teoria do valor e os processos de exploração dos trabalhadores, geração e apropriação de mais-valor, onde deve estar inserida 8 . É preciso ainda incorporar como quarta forma de superexploração, não estabelecida explicitamente por Marini como uma de suas variantes, o aumento do valor da força de trabalho sem a elevação absoluta ou proporcional de seus preços, que ganha importância crescente com a reprodução ampliada do capitalismo e o desenvolvimento de suas forças produtivas 9 .…”