2013
DOI: 10.15448/1984-7289.2012.3.13011
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Abstract: Porto Alegre v. 12 n. 3 p. 469-488 set.-dez. 2012 Os conteúdos deste periódico de acesso aberto estão licenciados sob os termos da Licença Creative Commons Atribuição-UsoNãoComercial-ObrasDerivadasProibidas 3.0 Unported. Ser embruxado Notas epistemológicas sobre razão e poder na antropologia* Being bewitched Epistemological notes on reason and power in anthropology Antonádia Borges** Resumo: A partir da experiência de farm dwellers sul-africanos em luta pelo direito a terras onde possam conviver com seus ances… Show more

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“…Ao que parece, ninguém prestou atenção no fato de que a destruição de documentos de identificação dos que vivem nas ruas era um modo de minar o reconhecimento oficial de suas existências e dificultar o acesso aos parcos direitos conquistados. Com isso, é possível endossar assertivas que aproximam Estado e bruxaria (Borges, 2012) e concebem documentos como amuletos protetores (Peirano, 2009). Para Borges (2012), assim como a bruxaria, o Estado existe como ficção abstrata e conjuntural (por meio das definições de burocracia, violência, direitos, governo, território e fronteira), mas também como entidade visível na medida em que seus efeitos interventivos são sentidos e dinamizados na realidade.…”
Section: Reflexões Finaisunclassified
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“…Ao que parece, ninguém prestou atenção no fato de que a destruição de documentos de identificação dos que vivem nas ruas era um modo de minar o reconhecimento oficial de suas existências e dificultar o acesso aos parcos direitos conquistados. Com isso, é possível endossar assertivas que aproximam Estado e bruxaria (Borges, 2012) e concebem documentos como amuletos protetores (Peirano, 2009). Para Borges (2012), assim como a bruxaria, o Estado existe como ficção abstrata e conjuntural (por meio das definições de burocracia, violência, direitos, governo, território e fronteira), mas também como entidade visível na medida em que seus efeitos interventivos são sentidos e dinamizados na realidade.…”
Section: Reflexões Finaisunclassified
“…Com isso, é possível endossar assertivas que aproximam Estado e bruxaria (Borges, 2012) e concebem documentos como amuletos protetores (Peirano, 2009). Para Borges (2012), assim como a bruxaria, o Estado existe como ficção abstrata e conjuntural (por meio das definições de burocracia, violência, direitos, governo, território e fronteira), mas também como entidade visível na medida em que seus efeitos interventivos são sentidos e dinamizados na realidade. Nessa perspectiva, documentos e estatísticas, que produzem controle burocrático e administrativo, possuem estatuto de realidade semelhante a qualquer outro oráculo (ibidem).…”
Section: Reflexões Finaisunclassified
“…Em publicações anteriores, procurei demonstrar como a máquina pública se apropria do trabalho daqueles que demandam benefícios dos governos, por meio da exploração ininterrupta de sua disponibilidade constante para estar a postos diante de qualquer guichê ou formulário que se lhes imponha (BORGES, 2006;BORGES, 2012). Nos espaços universitários, especialmente, mas não exclusivamente, nos projetos de extensão, uma apropriação semelhante se verifica.…”
Section: O Que As Escolas (Nos) Ensinam? Ou O Lado Podre Da Mangaunclassified
“…Marta, nesse sentido, narrou os caminhos percorridos para conseguir receber o cartão do Programa: as idas aos diferentes serviços, os boatos sobre a vinda dos cartões, a espera, a emoção e o "correr atrás" (Ahlert 2013). Baseada na sua experiência e na de outras mulheres que conhecemos, parece-me possível dizer que o recebimento do Bolsa Família era visto como resultado de uma luta empreendida contra o estado, uma vez que o benefício não era garantido e as mulheres não poderiam ficar inertes o esperando: eram elas que procuravam os centros de assistência social, que descobriam os meandros dos cadastros mesmo sem saber ler, que se deslocavam a pé para perguntar sobre a chegada dos cartões, que dormiam em filas na rua esperando notícias.A ideia de movimento presente na expressão "correr atrás" aparece em outras etnografias feitas no Brasil sobre as experiências de pessoas que são consideradas de classes ou grupos populares(Borges 2012;Guedes 2013). Ainda que certas narrativas -estigmatizadoras -relacionem as condições de pobreza com posturas de acomodação ou passividade, a literatura produzida no âmbito das ciências sociais indica o dinamismo presente no cotidiano das pessoas, as incansáveis e moleculares batalhas cotidianas diante da "precisão".Os papéis das "pessoas simples"Marta narrou com detalhes a luta que em-preendeu contra o estado para conseguir o seu cartão do Bolsa Família e as incertezas que, em parte, se dissiparam quando ela conseguiu o pequeno artefato plástico -o cartão, índice de um tempo de menor "precisão".…”
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