Segurança da criança hospitalizada na UTI: compreendendo os eventos adversos sob a ótica do acompanhante

Abstract

http://dx.doi.org/10.5216/ree.v14i2.12977A segurança do paciente é temática, vem sendo incluída nas práticas do cuidado em saúde, como uma estratégia para orientar medidas que promovam a segurança da criança hospitalizada. O objetivo desta pesquisa foi descrever os eventos adversos identificados pelo familiar/cuidador em uma Unidade de Tratamento Intensivo Pediátrico (UTIP). Trata-se de pesquisa qualitativa exploratório-descritiva realizada com treze familiares/cuidadores em um hospital pediátrico de Porto Alegre-RS, no período de março a abril de 2009. Utilizou-se entrevista semiestruturada como técnica de coleta dados que foram analisados mediante análise do tipo temática. Das informações emergiram as seguintes categorias: Falhas no processo de comunicação; Práticas não seguras relacionadas à atuação profissional; Requisitos para segurança do paciente na UTIP. A criança neste ambiente encontra-se exposta frente à assistência ofertada. Acredita-se que a segurança da criança hospitalizada em UTIP necessita da incorporação de práticas de cuidado seguro como cultura institucional direcionada a prevenir eventos adversos.

O Cuidador No Contexto Da Hospitalização De Crianças E Adolescentes

“…Alguns autores (SILVA; WEGNER; PEDRO, 2012;GOMES et al, 2011;SAMPAIO et al, 2009;CENTA;MOREIR A;PINTO, 2004;ANDRAUS et al, 2007) apontaram os vínculos positivos estabelecidos entre a equipe de saúde e os cuidadores como um fator que interferiu na avaliação da qualidade do atendimento oferecido no hospital, favorecendo o estabelecimento de uma relação de confiança entre estes. Entretanto, alguns trabalhos (WEGNER; PEDRO, 2009;MILANESI et al, 2006) trouxeram a desconsideração dos cuidadores pela equipe de saúde como um aspecto negativo, o que acaba anulando a possibilidade de se ter a família como aliada na internação da criança e do adolescente.…”

“…Deve-se ressaltar ainda que todos os artigos apresentam estratégias para solucionar algumas das dificuldades apontadas, podendo-se citar: a importância da promoção em saúde, com o modelo de educação em saúde (WEGNER; PEDRO, 2009); a humanização da assistência, abordando-se o paciente em suas dimensões biopsicossocial e espiritual (XAVIER; GOMES; SALVADOR, 2014;DUARTE;ZANINI;NEDEL, 2012;SAMPAIO et al, 2009;MILANESI et al, 2006); maior integração da família no processo terapêutico (MILANESI et al, 2006;CENTA;MOREIRA;PINTO, 2004), compreendendo-se que o familiar/ acompanhante também precisa de assistência da equipe de saúde (DUARTE;ZANINI;NEDEL, 2012;QUINTANA et al, 2011); a garantia do direito do acompanhante de ser adequadamente orientado e informado, estimulando-se a escuta, o diálogo e a compreensão (SILVA; WEGNER; PEDRO, 2012;DUARTE;ZANINI;NEDEL, 2012;MELO;MARCON;UCHIMURA, 2010;SAMPAIO et al, 2009;ANDRAUS et al, 2007;MILANESI et al, 2006;CENTA;MOREIRA;PINTO, 2004), além do reconhecimento e do fortalecimento das redes de apoio aos familiares/ acompanhantes (GOMES et al, 2011;ANDRAUS et al, 2007).…”

Identifying the needs of support, safety, information, proximity and comfort of families of children hospitalized / Identificando as necessidades de suporte, segurança, informação, proximidade e conforto de familiares de crianças internadas

“…No entanto, apesar de todos esses recursos o momento da internação na UTIP é cercado por ansiedade e angústia, tanto da criança quanto de seus familiares (7)(8) .…”

Educational Conducts on Patient Safety to Family Members of Hospitalized Children:multiprofessional Team Records

“…Portanto, o atendimento à criança hospitalizada deve ser norteado por práticas seguras, com o objetivo de proporcionar bem-estar a ela e sua família. 9 Para comprovar a assistência prestada e promover assistência segura com o mínimo de riscos, deve-se registrar em prontuário todo o processo de cuidar da equipe multidiscipli- Como rotina institucional, algumas orientações devem ser fornecidas aos pacientes/familiares quando internam nas unidades pediátricas, por meio de conversa e entrega de folderes institucionais. Estas se referem aos cuidados mínimos necessá-rios para promoção de um cuidado seguro: identificação do paciente, a realização de higiene de mãos e as medidas para prevenção de quedas.…”