Saúde do homem jovem e as práticas educativas na perspectiva da promoção a saúde

Abstract

Objetivos: descrever a atual relação do homem jovem com a sua saúde e discutir as práticas educativas na perspectiva da promoção à saúde e prevenção de agravos da população masculina jovem. Método: estudo descritivo e exploratório, com abordagem qualitativa, desenvolvido com 30 jovens universitários entre 18-29 anos, numa universidade pública do Rio de Janeiro, tendo como instrumento de coleta de dados a entrevista semiestruturada. Para análise dos dados, utilizou-se a técnica de análise de conteúdo. Resultados: a falta de conhecimento sobre si está ligada, diretamente, à percepção do cuidado não ser atribuída à população masculina. A educação em saúde torna-se a ponte principal do ingresso do homem no serviço de atenção primária, evitando que isso só ocorra quando o agravo já se instalou. Conclusão: Existem, ainda, lacunas que devem ser melhor exploradas, pois envolvem a saúde do homem jovem, na perspectiva de gênero, retratando o desafio de se pensar na saúde como espaço de promoção e prevenção de agravos, mas, para tal, é imprescindível um acolhimento em sua integralidade. A falta de visibilidade dessa população traz consequências que traduzem o aumento de morbimortalidade da população masculina jovem.

Movimento de fortalecimento para saúde do homem a partir da consulta de enfermagem em uma Unidade Básica de Saúde: um relato de experiência

“…No Brasil, quase 40% dos homens até 39 anos e 20% daqueles com mais de 40 só vão ao médico quando se sentem mal (Sponchiato et al, 2019). Ao longo da história, foram estabelecidos estereótipos socioculturais para homens que estão arraigados desde a infância, definindo a forma como os homens usam e percebem seus corpos e, como resultado, às vezes se envolvem em comportamentos considerados insalubres ou até mesmo de risco à saúde (Martins et al, 2020). Esses dados confirmam as dificuldades enfrentadas pelas acadêmicas para a captação de homens na unidade básica de saúde, já que grande parte estava presente para outras áreas de serviços como, vacinação de seus filhos, entrega de medicação ou acompanhamento de suas esposas em consultas obstétricas.…”

Assistência de Enfermagem no campo da saúde do homem: uma revisão integrativa

“…Os participantes do estudo trazem a relação com o cuidar da sua saúde, demonstrando desinteresse e até um desconhecimento sobre si. Onde foi possível observar que o homem jovem diz compreender o cuidar de si como uma questão necessária, porém só buscam esse cuidado quando o agravamento já se instalou e, ainda que entendam dessa forma, não procuram o serviço de forma preventiva (Martins, et al, 2020). Nesse sentido por prolongar tanto seu cuidado, o mesmo contribui para seu próprio adoecimento.…”

“…Martins et al, (2020), ainda complementa falando que pessoas carregam consigo valores enraizados na sociedade, fortalecendo o cuidar como papel feminino. Sendo assim, quando o homem busca atendimento, o cuidado voltado para ele tem foco principal na queixa que o fez procurar o serviço, podendo se estender à hipertensão, ao diabetes e talvez a infecções sexualmente transmissíveis.…”

Promoção à saúde do homem e os meios de comunicação como ferramenta na perspectiva do autocuidado

“…De alguma forma, esse sentimento é fortalecido pelos meios de comunicação, nos quais se percebe maior destaque às questões do gênero feminino. Há ainda uma dificuldade de compreender que o homem é o principal sujeito responsável pelo seu cuidado e manutenção de sua saúde; em contrapartida, se não há meios digitais que reforcem essa prática, torna-se ainda mais difícil a construção dessa visão entre a população masculina (Martins et al, 2020a).…”