O uso de medicamentos é um recurso amplamente empregado pela sociedade no enfretamento de uma série de problemas de saúde, abrangendo desde problemas autolimitados até transtornos menores. Os transtornos menores são problemas autolimitados, que apresentam natureza aguda, baixa gravidade e tendência de se resolverem sem causar muitos danos ao paciente. O tratamento dos transtornos menores pode envolver medidas não farmacológicas e farmacológicas e, neste último caso, é comum que os pacientes recorram aos Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs). Este projeto tem como objetivo principal propor uma análise abrangente da literatura científica existente, visando identificar e consolidar dados que comprovem de maneira fundamentada os riscos significativos à saúde associados ao uso contínuo de MIPs direcionados ao tratamento da dor. Para tanto, realizamos uma extensa revisão da literatura nas bases de dados eletrônicas SciELO, LILACS e BVS, exploradas em busca de estudos que abordassem especificamente os riscos associados ao uso prolongado de MIPs para o tratamento da dor. Os principais fármacos usados são ácido acetilsalicílico, dipirona, ibuprofeno, naproxeno e paracetamol. Entre os riscos associados ao uso indevido desses medicamentos, estão atraso no diagnóstico de doenças graves, aumento do risco de dependência química e tolerância ao medicamento; intoxicações medicamentosas; e reações alérgicas, problemas como hemorragias, lesões hepáticas, aplasia medular e anemias hemolíticas. Assim sendo, o profissional farmacêutico emerge como uma figura central na mitigação dos problemas associados à automedicação com MIPs, de modo que sua atuação desempenha um papel vital na prevenção de complicações decorrentes do uso inadequado desses medicamentos.