RESUMOEste estudo foi desenvolvido com a finalidade de buscar conhecimentos relevantes para a assistência de enfermagem a indivíduos expostos ao vírus da raiva submetidos à sorovacinação antirrábica pós-exposição. Os autores se propuseram a realizar esta pesquisa com os objetivos de verificar aspectos epidemiológicos dos acidentes por animais domésticos e silvestres ocorridos no ano de 2007 que foram atendidos em um hospital de referência localizado na região centro-sul do Estado de São Paulo, e identificar a relevância das ações do enfermeiro, descrevendo aspectos do cuidado. O método adotado foi exploratório, retrospectivo e descritivo dos aspectos epidemiológicos dos acidentes e da assistência a esses indivíduos por meio de informações constantes nos prontuários dos pacientes. Foram avaliados 51 prontuários de pacientes com idades entre 17 e 81 anos, considerados em situação de risco, com indicação de profilaxia pós-exposição contra raiva humana. Constatouse que a assistência de enfermagem a esses pacientes é de baixa complexidade, embora requeira profissionais com preparo adequado para esse atendimento. Foi possível identificar a relevância das ações do enfermeiro na assistência e nos procedimentos relacionados aos cuidados que devem ser seguidos na profilaxia antirrábica, porém não foram encontradas informações consistentes sobre a assistência de enfermagem.
Palavras-chave:Enfermagem. Imunização Passiva. Raiva.
INTRODUÇÃOA experiência profissional nos proporcionou a oportunidade de assistir indivíduos em situação de risco à saúde decorrente da sua proximidade com animais domésticos e, eventualmente, com silvestres, durante suas atividades laborativas ou de lazer. Esses animais, potenciais reservatórios do vírus da raiva, poderiam transmitir o vírus ao homem por meio da mordedura, arranhadura e lambedura, se estivessem infectados.Como a doença não tem cura e existem várias espécies animais, tanto domésticas quanto silvestres, que funcionam como reservatórios na natureza, é necessária a aplicação de medidas que promovam a redução da disseminação do vírus, uma vez que a erradicação da raiva humana depende, fundamentalmente, do controle da raiva animal (1,2) . A prevenção da doença no homem é realizada por meio de esquemas profiláticos e o tratamento na pré-exposição está indicado a grupos de pessoas que estão em risco constante de contrair o vírus, como veterinários e pesquisadores. Esse risco se restringe à vacinação. O tratamento pós-exposição é indicado quando houver a suspeita de exposição ao vírus rábico e implica em sorovacinação (3)