Research as social practice: the researcher and the "other" in knowledge production

Abstract

Pesquisa Conhecimento Outro Construcionismo social Neste ensaio buscamos contribuir com a reflexão sobre as formas pelas quais as práticas de pesquisa em Psicologia relacionam-se com o conhecimento do "outro". Exploraremos as dinâmicas presentes no processo de produção de conhecimento decorrentes da adoção de uma epistemologia construcionista. Por meio da análise realizada, damos visibilidade para os desafios presentes ao longo do processo de pesquisa na relação que o pesquisador constrói com os diferentes "outros", quais sejam: o outro imediato representado pelo participante da pesquisa; os outros institucionalizados, representados pelos pareceristas de agências de fomento, avaliadores, e outros pesquisadores; e a sociedade, como contexto de desenvolvimento e como fonte de necessidades de pesquisa. Concluímos que o enfrentamento de tais desafios não se dá no campo exclusivamente teórico ou metodológico, mas se realiza, sobretudo, no conjunto de práticas sociais em que o pesquisador está inserido e nas várias tramas éticas e políticas que são produzidas.

A educação permanente em saúde na formação para o cuidado às famílias em saúde mental

“…E, com isso, os valores dos/as pesquisadores/as se tornam o fundamento de suas ações. (Gergen, 1985(Gergen, , 1994(Gergen, , 2015bRasera, Guanaes-Lorenzi, & Corradi-Webster, 2016).…”

“…Nesse sentido, o construcionismo social baseia-se em uma posição hermenêutica. A partir dela, o conhecimento é entendido como uma forma de dar sentido ao mundo, sentidos estes que são criados nos relacionamentos e nos diálogos em que as pessoas se engajam.De maneira sintética, o conhecimento científico é concebido como um sistema linguístico, uma narrativa, construída a partir de interpretações situadas sócio-historicamente (Gergen, 2015a;Japur, 2004;McNamee, 2010 (Gergen, 1985(Gergen, , 1994(Gergen, , 2015bRasera, Guanaes-Lorenzi, & Corradi-Webster, 2016).A partir do construcionismo, não buscamos decifrar uma estrutura ou estabelecer um padrão explicativo sobre o tema pesquisado. Buscamos, na verdade, a desestabilização das explicações vividas como naturais e universais.…”

“…De maneira sintética, o conhecimento científico é concebido como um sistema linguístico, uma narrativa, construída a partir de interpretações situadas sócio-historicamente (Gergen, 2015a;Japur, 2004;McNamee, 2010 (Gergen, 1985(Gergen, , 1994(Gergen, , 2015bRasera, Guanaes-Lorenzi, & Corradi-Webster, 2016).…”

“…Para isso, precisaríamos inventar um novo vocabulário que desse conta do caráter relacional e transitório dos fenômenos. O construcionismo, deste modo, propõe a assunção das escolhas realizadas na pesquisa como forma de construção da retórica almejada, o que é tomado como rigor metodológico nessa lógica de pensamento (Rasera et al, 2016;M. J. P. Spink & Lima, 2013 Essa noção é explorada por Gergen (1985), tomando como ponto de partida a questão filosófica primordial de qual é a fonte do conhecimento humano -tema base para a ideia de mente.…”

Humanização e Cogestão na Atenção Básica: as relações de trabalho no cotidiano

“…É necessário se manter em relação, em diálogo, com esse contexto, com essa comunidade linguística. Apesar dessa necessidade de dialogar com o contexto de produção e com aquilo que se considera pesquisa científica, o pesquisador fundamentado na postura construcionista promove, em síntese, três mudanças centrais em sua visão de mundo: a) considera a racionalidade como sendo algo relacional e compartilhado, e não individual; b) considera a construção social em detrimento do método empírico; c) considera a linguagem como construtora das realidades sociais, e não como mero veículo transmissor que representa o mundo e os pensamentos (McNamee, 2010;McNamee & Hosking, 2012;McNamee, 2014; Rasera, Guanaes-Lorenzi & Corradi-Webster, 2016).…”