• RESUMO: Como parte das pesquisas sociolinguísticas desenvolvidas no interior do projeto ALIP (Amostra Linguística do Interior), privilegiamos, neste artigo, a apresentação de resultados gerais decorrentes da investigação de três fenômenos variáveis na fala do interior paulista: (i) a concordância verbal de primeira pessoa do plural; (ii) a concordância verbal de terceira pessoa do plural; (iii) a alternância pronominal entre as formas de codificação da primeira pessoa do discurso do plural nós e a gente. Assumindo os preceitos teórico-metodológicos da Sociolinguística laboviana, mostramos, por meio de comparações interdialetais, como tais fenômenos variáveis se inserem no cenário mais amplo da pesquisa sociolinguística sobre o português brasileiro. Os resultados permitem constatar aproximações e distanciamentos entre a fala do interior paulista e de outras variedades do português brasileiro, o que põe à mostra a importância da descrição de mais essa variedade, ainda pouco conhecida no cenário sociolinguístico brasileiro.• PALAVRAS-CHAVE: Português paulista. Concordância verbal. Alternância pronominal.
Contextualizando o Projeto ALIP (Amostra Linguística do Interior Paulista)Considerando os avanços da pesquisa sociolinguística no Brasil nas últimas décadas, pode-se considerar que os estudos variacionistas sobre as variedades paulistas ainda se encontram na sua infância e, portanto, em dívida com a composição de um retrato sociolinguístico do Português Brasileiro (PB), no que toca ao oferecimento de um espectro mais amplo da fala paulista. Em outras palavras, comparados a trabalhos variacionistas envolvendo outras variedades do PB (citem-se aqui as variedades cariocas, catarinenses, paranaenses, gaúchas, mineiras, pessoenses, dentre outras), podem-se considerar escassos trabalhos nessa mesma linha envolvendo a fala paulista, seja a da capital, seja