<p><strong>Objetivo</strong>: Conhecer os hábitos alimentares e as condições socioeconômicas de crianças com diabetes melito tipo 1 (DM1) e as possíveis diferenças entre as que residem na capital e as do interior do estado da Bahia. <strong>Metodologia</strong>: Estudo de corte transversal realizado entre abril e agosto de 2013, nos Serviços de Endocrinologia Pediátrica de dois hospitais públicos universitários de Salvador, Bahia. As<strong> </strong>condições socioeconômicas foram obtidas por meio do <em>Critério de Classificação Econômica Brasil</em> (CCEB) e<strong> </strong>as características sociodemográficas<strong> </strong>e os hábitos alimentares foram mensurados por um questionário estruturado para pesquisa. Estas variáveis foram comparadas aos resultados da hemoglobina glicada (HbA1c). <strong>Resultados</strong>: Participaram do estudo 68 crianças portadoras de DM1, das quais a maioria 36 (52,9%) residiam no interior do estado e 32 (47,1%) são oriundas de Salvador. Quando comparado o controle glicêmico, com base na localidade, constata-se no grupo residente em Salvador um maior número de crianças (9) com valores de HbA1c dentro dos parâmetros adequados (13,2%), já no grupo de crianças residentes no interior da Bahia o controle glicêmico dentro das condições estabelecidas pela ADA foi percebido apenas em 4 (5,9%) participantes. <strong>Discussão</strong>: A residência nas cidades do interior da Bahia, baixo nível de escolaridade e hábitos alimentares precários, foi predominante em relação a capital, pode ser relacionado à falta de serviços públicos especializados nessas localidades. Razões para explicar o mau controle glicêmico em crianças residentes em Salvador, bem como no interior da Bahia, fundamenta-se na realidade que manter níveis mais baixos de HbA1c é uma dificuldade persistente, mesmo para centros de referência. <strong>Conclusão</strong>: Hábitos alimentares e condições socioeconômicas dos participantes do estudo mostraram associação negativa com resultados de HbA1c, o que confirma a importância destas variáveis como preditores do controle glicêmico. Os resultados apresentados servem como subsídios para uma reflexão sobre as políticas e práticas implementadas no estado acerca da alimentação e condições socioeconômicas que assegurem melhores condições de atenção e cuidado para essas crianças, contribuindo assim para um melhor controle glicêmico nessa população.</p><p> </p>