RESUMO Este estudo descreveu o processo de avaliação das bases motoras e de intervenção, conduzido através da hierarquia do tratamento motor da fala em uma pessoa do sexo masculino, de 45 anos, que possui disartria flácida decorrente de acidente vascular encefálico. O paciente recebeu tratamento fonoaudiológico após três anos da lesão cerebral, dividido em 25 sessões semanais, que ocorreram durante oito meses. Foram realizadas avaliações fonoaudiológicas pré e pós terapia, bem como após cada período de tratamento de uma base motora. A terapia obedeceu à hierarquia do tratamento motor da fala, iniciando pela reabilitação da respiração, ressonância e prosódia, seguindo para terapia da fonação e, por último, ajustes da articulação. O paciente apresentou aperfeiçoamento em todas as bases motoras, adquirindo adequado suporte respiratório e ressonância durante a fala, melhorias na prosódia e precisão articulatória e mais estabilidade vocal. Além disso, quanto à autopercepção do paciente, em relação aos progressos terapêuticos, este relatou diminuição dos impactos da disartria na sua qualidade de vida. Sendo assim, foram evidenciados os benefícios do tratamento fonoaudiológico na disartria, principalmente ao seguir a estrutura proposta pela hierarquia do tratamento motor da fala. Os resultados permitiram concluir que uma adequada abordagem terapêutica pode proporcionar ganhos, mesmo alguns anos após a lesão cerebral.