Abstract:ResumoA partir de uma leitura retrospectiva e crítica do político e abolicionista Joaquim Nabuco, o artigo tenta "descanonizar" as imagens tradicionais produzidas sobre ele ao longo da historiografia clássica. Desde resenhas de livros do autor, até repercussões na mídia sobre sua obra, a autora procura reler a obra e a vida de Joaquim Nabuco a partir de uma interpretação que visa respeitar o contexto em que esta foi feita. Analisa artigos sobre Nabuco de historiadores contemporâneos em jornais para criticar a … Show more
“…Entretanto o modo como os(as) cativos(as) eram retratados(as) por ter cometido atos criminosos, na maioria das vezes, os(as) colocavam como inimigos(as) do senhor e não o contrário 5. E se os discursos os enxergavam como opositores, por vezes, também poderiam ser classificados como animais, até entre alguns(as) abolicionistas que cravaram seu nome no hall das celebridades históricas 6 .…”
Section: Mas Nem Sempre Essas Notícias Que Avaliaremos Aqui E Que Forunclassified
Na década de 1880 o império brasileiro foi impactado tanto no espaço social quanto político com a ascensão da propaganda abolicionista. Diversas ferramentas foram utilizadas para o convencimento da população de que o sistema escravista deveria ter um fim. Uma das formas utilizadas de comoção foi o uso dos jornais, em especial a seção “scenas da escravidão” que modificou o uso de alguns periódicos no contexto escravista em Pernambuco tendo destaque nessa atuação o Jornal do Recife no embate contra o cativeiro.
“…Entretanto o modo como os(as) cativos(as) eram retratados(as) por ter cometido atos criminosos, na maioria das vezes, os(as) colocavam como inimigos(as) do senhor e não o contrário 5. E se os discursos os enxergavam como opositores, por vezes, também poderiam ser classificados como animais, até entre alguns(as) abolicionistas que cravaram seu nome no hall das celebridades históricas 6 .…”
Section: Mas Nem Sempre Essas Notícias Que Avaliaremos Aqui E Que Forunclassified
Na década de 1880 o império brasileiro foi impactado tanto no espaço social quanto político com a ascensão da propaganda abolicionista. Diversas ferramentas foram utilizadas para o convencimento da população de que o sistema escravista deveria ter um fim. Uma das formas utilizadas de comoção foi o uso dos jornais, em especial a seção “scenas da escravidão” que modificou o uso de alguns periódicos no contexto escravista em Pernambuco tendo destaque nessa atuação o Jornal do Recife no embate contra o cativeiro.
“…Chega até a surpreender a longa duração da canonização de Nabuco, sendo que alguns historiadores recentes se esforçam para defender sua biografia como uma espécie de intelectual a frente do seu tempo. Apesar disso, novas perspectivas têm aparecido para humanizar a figura de Nabuco, apresentando-o com um individuo do seu tempo e destacando, por exemplo, a presença das teorias raciais no seu trabalho (AZEVEDO, 2001). Algo que pretendo fazer neste artigo O livro de Nabuco que vou analisar é o já mencionado O Abolicionismo, publicado pela primeira vez em 1883.…”
Section: Nabuco E a Eliminação Do Negro Pela Miscigenaçãounclassified
O presente artigo tem como principal objetivo construir uma história interligada entre o pensamento de dois autores abolicionistas do século XIX: João de Andrade Corvo e Joaquim Nabuco, sendo o primeiro português e o segundo brasileiro. O eixo norteador da análise é o conceito de necropolítica do autor Achille Mbembe. Tentou-se comprovar que os projetos abolicionistas dos dois autores carregavam um ideal colonial que mobiliza a necropolítica, na medida que planejaram a eliminação de indivíduos negros em prol de uma idealização de sociedade ideal.
“…Ainda que a produção de tais autores tenha sido essencial para o desenvolvimento crítico do pensamento brasileiro e também para as produções posteriores, não podemos ignorar a forma como era colocada em estudo as diferenças raciais que formavam o país. Não se trata de deslegitimar a produção intelectual como um todo, mas de não transformar tais autores em estandartes capazes de fugir completamente de conceitos de seu próprio tempo (AZEVEDO, 2001). Muitos dos aspectos de inferiorização cultural que vemos nesses pensadores, e que faziam parte da concepção social do pensamento científico do século XX, são rebatidos e refutados pelo movimento negro de hoje que busca legitimar suas representações culturais (festas específicas, músicas e objetos) como símbolos da negritude (MUNANGA, 1986).…”
Section: Disputa Na Sociedade Contemporâneaunclassified
<p>A presença de negros e mestiços na sociedade brasileira vem
sendo discutida desde o início da formação do país como estado independente
no século XIX. Anos depois, os intelectuais do começo do século XX, por meio
da hierarquização racial, ainda buscavam explicar as possibilidades de
crescimento de um país com participação negra. Ao lado dessa construção
oficial, a negritude manteve-se batalhando por espaço e reconhecimento que
não diminuísse suas raízes culturais e que lhe desse direito à
representatividade desde o fim da escravidão. Hoje, a internet deu a
população negra do país um novo meio de se posicionar sobre questões raciais
– abrindo espaços de disputa entre a intelectualidade com mais acesso aos
meios de comunicação tradicional e o movimento negro.</p>
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